O antigo futebolista Paulo Futre confessa que só teve noção da repercussão do 'caso Saltillo' em Portugal, quando o Presidente da República emitiu um comunicado público e o próprio pai lhe virou a cara quando regressou do México.

“Só me apercebi da gravidade da situação quando o Presidente da República, dr. Mário Soares, fez sair um comunicado e quando vi a imprensa mundial em peso na conferência de imprensa convocada pelos jogadores”, disse Paulo Futre, em entrevista à agência Lusa, 30 anos depois.

No entanto, só pôde avaliar a repercussão real que o caso teve em Portugal quando chegou ao Montijo: “O meu pai nem olhou para mim, com vergonha. Foi um choque total.”

Para Futre, no regresso, a sorte da comitiva foi ter aterrado no aeroporto da Portela às 06:00 da manhã: “Se tivéssemos chegado às seis da tarde, ainda lá estávamos. Ainda ouvimos umas bocas, pela gravidade do que se passou e pela imagem que deixámos de Portugal.”

A única alternativa para Futre foi sair do país: “Fui para a montanha durante três semanas, sem televisão, sem jornais, sem notícias. Lembro-me de uma frase do senhor Vítor Damas, que era um dos meus companheiros de mesa, que me disse: 'Oh miúdo, em setembro, quando começar o campeonato, nunca mais se fala disto'. E tinha razão. Fomos de férias e um mês depois já ninguém, praticamente, falava da seleção.”

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