O guarda-redes Eduardo disse hoje, em declarações ao sítio da UEFA, que a seleção portuguesa “estará à altura do nível superior de exigência” que a Croácia vai exigir no jogo dos oitavos de final do Euro2016 de futebol.

“A Croácia tem uma excelente equipa e vai obrigar-nos a estar a um nível acima daquele em que temos estado, mas creio que estamos confiantes e preparados para esse nível superior de exigência. Estaremos à altura daquilo que vai ser o jogo”, disse o guardião luso, para quem a seleção croata é, neste momento, uma equipa confiante e motivada pela fase de grupos que acabou de disputar.

De resto, Eduardo fala com conhecimento de causa sobre o futebol croata, visto que é jogador do Dínamo de Zagreb: “A maior parte dos jogadores não disputa o campeonato croata, no último jogo alinharam apenas dois que não atuam no estrangeiro. Tenho quatro colegas do Dínamo na seleção, que são jovens de enorme talento. A maioria representa as melhores equipas da Europa e são jogadores de nível reconhecido”.

Questionado sobre o facto de a seleção lusa ter menos 24 horas de recuperação do que a Croácia para o jogo de sábado, Eduardo concede que é um aspeto que desfavorece, reconhecendo que “é um fator muitas vezes determinante”.

“Vamos ter menos tempo de repouso e estamos a falar de uma fase terminal da época, em que o tempo de descanso entre os jogos não é muito. Creio que com motivação, ambição e a vontade que temos de estar na final nos vai ajudar a superar o cansaço. Aliar isso à nossa qualidade e experiência pode auxiliar-nos a contrariar esse fator”, disse.

Não obstante a carreira sofrível de Portugal até ao momento neste Euro2016, Eduardo sustenta que “ninguém pode pensar em chegar a um final de um campeonato da Europa sem passar por dificuldades e sofrer”, tal como aconteceu com Portugal, e alega que “é nas adversidades e na capacidade de reação que se veem as grandes equipas”, o que o leva a ter a convicção de que a seleção lusa “vai ter a força necessária para chegar à final”.

Sobre o último jogo com a Hungria, reconheceu que foi “muito difícil devido às condicionantes”, que obrigaram Portugal a ter de “correr sempre atrás do resultado”, vendo nele um lado positivo, que foi a “capacidade de resposta” da equipa.

Outro internacional português entrevistado pelo sítio da UEFA foi o defesa central dos ingleses do Southampton, José Fonte, para quem o embate com a Hungria foi “um jogo de loucos, emotivo, com muitos golos e difícil de ver de fora”.

“No fim conseguimos o nosso principal objetivo, que era a qualificação. Marcámos três golos e temos de estar satisfeitos. Temos criado oportunidades, que é o mais importante. Nos primeiros dois jogos as bolas não entraram mas na quarta-feira, felizmente, os golos acabaram por aparecer. Fizemos três mas poderíamos ter feito mais”, disse José Fonte.

Quanto às ambições da seleção portuguesa, o central é mais comedido: “Vamos encarar a competição jogo a jogo. Agora segue-se a Croácia, mas nós acreditamos no nosso valor e que podemos ir longe”.

Falando de si, José Fonte assume um “orgulho enorme” por ter chegado a este patamar com a seleção portuguesa, lembrando aquilo que teve de “lutar e trabalhar para chegar aqui”.

“Mas quando tomei a decisão de ir para o Southampton tinha em mente que chegaria à Premier League mais rapidamente. Tomei a decisão de ir para a terceira divisão inglesa, mas com os olhos bem postos na Premier League. Foi isso que aconteceu - em três anos chegámos à Premier League e agora já é a quinta época que vou fazer no principal escalão”, afirmou.

Dizendo que este é um percurso que o “deixa orgulhoso”, pois “acima de tudo exigiu muito trabalho e muito sacrifício, contudo, ainda falta muito para alcançar”.

“É nisso que acredito e é para isso que trabalho todos os dias, para alcançar mais e melhor. Quero jogar na Liga dos Campeões, quero ganhar troféus e quero ganhar, acima de tudo, com Portugal”, rematou o central.