O presidente da República apelou hoje aos jogadores da seleção nacional de futebol que quando estiverem logo à noite a jogar as meias-finais do Euro2016, pensem nos milhões de portugueses de todo o mundo.

Marcelo Rebelo de Sousa não arriscou um prognóstico sobre o resultado do confronto com o País de Gales, que se disputa hoje em Lyon (França), mas manifestou-se “otimista”, vincando que confia “sempre em Portugal” e, consequentemente no jogo dos futebolistas portugueses.

Portugal procura hoje garantir pela segunda vez na sua história um lugar na final de um Campeonato da Europa, ao defrontar o País de Gales nas meias-finais do Euro2016 de futebol.

O presidente falava aos jornalistas, em Longroiva, no concelho da Mêda, distrito da Guarda, onde inaugurou um hotel de turismo rural e termal e afirmou que ainda tenciona ir ver o jogo a França, “se houver oportunidade”, depois de terminar em Vila Nova de Foz Côa o terceiro dia da iniciativa a que chamou “Portugal Próximo”.

Marcelo Rebelo de Sousa repetiu a mensagem que deixou aos jogadores quando foram ao Palácio de Belém, antes de partirem para o Europeu de futebol.

“Eles estão ali a representar os portugueses de todo o mundo e, portanto, eles têm de pensar nos portugueses de todo o mundo”, afirmou.

O Presidente espera que “eles ao jogarem que pensem não neles, não nas suas carreiras, nem sequer na seleção, mas pensem nos milhões e milhões e milhões de portugueses para os quais aquilo que se passa naquele campo é fundamental”.

“Pode parecer esquisito para muita gente, mas é fundamental. Fundamental para a alegria, fundamental para a esperança, fundamental para o sentir ser português, portanto [eles que] pensem nisso, que isso ajuda a fazer vencer”, enfatizou.

Por aquilo que a seleção fez até agora, o Presidente da República disse que já está “muito grato”.

“Eu sei que há muitos críticos da seleção. O português, normalmente é muito crítico e depois chega à conclusão que foi injusto na crítica e eu então sou muito grato”, realçou.

Marcelo manifestou alguma surpresa, confessando que “não sabia se iam dar uma equipa muito boa” porque “uma coisa é ter um jogador muito bom, mais outro jogador muito bom, depois pode não dar uma equipa muito boa, uma equipa que se aguente, que vá passando, que aguente psicologicamente confrontos difíceis”.

“E o simples facto de isso ter acontecido até às meias-finais merece a gratidão”, afirmou, acrescentando que “não há nenhuma equipa banal que chegue a umas meias-finais”.

“Implica muito mérito. Ninguém tem dez vezes sorte. A sorte dá muito trabalho”, vincou.

Para o Presidente da República, “o grande mérito da seleção é a união” conseguida num “período muito curto de tempo”.

Por isso, entende que a seleção nacional “tem sido o grande sucesso”.

Para Marcelo Rebelo de Sousa os que dizem que “Portugal não joga muito bem, que [tem] um jogo que é eficaz, mas não é muito bonito, vai empatando e depois acaba por desempatar no último minuto, não notam o mérito que é fazer de um somatório de jogadores uma equipa”.

Apontando os exemplos da Alemanha ou da Itália, que neste Europeu, foram também a penalties, o Presidente sublinhou que, ao contrário das grandes seleções que jogam há muito tempo em conjunto, na equipa portuguesa “há uma renovação apreciável”.

“Têm de fazer um esforço de união e eu acho que esse é o grande mérito da equipa até agora”, constatou.