Johnny Gama, filho de emigrantes portugueses, espera voltar a cantar, na Fan Zone da Torre Eiffel, em Paris, no domingo, a música que compôs para a seleção nacional, depois de ter sonhado com vitória de Portugal.

O músico subiu ao palco da Fan Zone de Paris, esta quarta-feira, horas antes de Portugal ter vencido o País de Gales e carimbado a passagem para a final do Euro2016, e contou ter tido "grande adesão da parte do público".

"É uma coisa que aconteceu desde o início do euro. Eu tive um sonho e isso é mesmo real. Sonhei que Portugal ganhava o Euro2016 contra a França. O sonho parecia real e a partir daí sempre acreditei. Quanto mais Portugal ganhava, mais eu acreditava", contou à Lusa Johnny Gama, de 33 anos.

Dois dias depois, o cantor escreveu a letra da canção intitulada "Todos Juntos", que fez "a pensar em todo o povo português" e que "fala em todos os portugueses espalhados pelo mundo, sendo também uma música de apoio à Seleção", contou.

"Foi tudo muito rápido. Fiz a canção e criei um evento no Facebook a convidar as pessoas a participarem no videoclip da música de apoio à seleção e vários portugueses vieram", contou.

Depois de "mais ou menos treze anos a tocar com o órgão em restaurantes", o cantor gravou dois discos, o primeiro, "A minha história", há três anos, e o último, "Renascer", há um mês, tendo, agora, o videoclip de apoio à seleção sido visto no Youtube quase 138.000 vezes.

No filme, Johnny aparece rodeado de apoiantes da seleção, junto a um automóvel descapotável vermelho, cantando no refrão: "Nós queremos a vitória e todos juntos a cantar/ Está a chegar a nossa hora de poder vibrar com Portugal."

Apesar de não poder levar o descapotável, o cantor promete que, no domingo, em caso de vitória, vai de carro festejar para a Avenida dos Campos Elísios, em Paris, à imagem do que fez esta quarta-feira, juntamente com milhares de portugueses.

Johnny nasceu em Paris, é filho de emigrantes do Sabugal e do Pinhel, no distrito da Guarda, tendo dupla nacionalidade portuguesa e francesa, mas sente-se "muito mais português que francês" e, por isso, vai torcer por Portugal e não por França se a final for entre estes países até porque "a Seleção nunca teve muita sorte".

"Vou torcer por Portugal porque eu sou português, os meus pais são portugueses, são emigrantes que vieram para cá há muitos anos e sinto-me muito mais português que francês. Sempre fui habituado a cantar em português, a falar português, a ir a Portugal duas, três vezes por ano e não consigo explicar a paixão que tenho por Portugal. Só lá vivi um ano e meio e o meu sonho é voltar a viver lá", concluiu.