O treinador do Tyreso, que vai disputar a final feminina da Liga dos Campeões, considera que a portuguesa Helena Costa sentirá "pressão acrescida" por ser a primeira mulher a orientar uma equipa profissional de futebol masculina em França.
"Talvez seja um pouco injusto, porque ela poderá sofrer um pouco mais de pressão para ter um bom desempenho, em vez de ser apenas mais um treinador. Acho que ela não aceitaria o convite se achasse que não estava preparada. O facto de ter dito que sim mostra que tem 'pêlo na venta'. Não é o que se diz quando alguém é duro e corajoso?", disse o sueco Tony Gustavsson, de 40 anos.
O técnico da equipa sueca, que está em Lisboa para disputar a final feminina da Liga dos Campeões, na quinta-feira, contra as alemãs do Wolfsburgo, disse que não ficou surpreendido com a notícia de que Helena Costa iria treinar o Clermont Foot, equipa masculina da segunda divisão francesa.
"Não me surpreendeu, porque nos dois últimos anos tem havido muito falatório sobre isso - 'quando é que uma mulher vai treinar uma equipa de homens?'. Por isso, foi mais uma questão de esperar quem seria a primeira. Nem era uma questão de quando, porque estava para acontecer, era mais quem seria", recordou o treinador.
A portuguesa Helena Costa, 36 anos, apelidada pela agência francesa France Presse de "Mourinho de saias", foi nomeada no início do mês para o cargo de treinadora do Clermont Foot (clube da segunda divisão francesa), tornando-se na primeira mulher a orientar um clube profissional de futebol masculino em França e uma das primeiras na Europa.
"Não sei se é justo ou não chamarem-lhe 'Mourinho de saias'. No que me diz respeito, se me comparassem ao Mourinho, eu tomaria isso como um elogio", salientou Tony Gustavsson.
Helena Costa foi treinadora nas equipas femininas do Benfica e do Odivelas, tendo depois sido escolhida para o cargo de selecionadora feminina do Irão e do Qatar. Por outro lado, colaborou com os escoceses do Celtic na qualidade de olheira.