As primeiras seis jornadas do Girabola, a eliminação do Petro de Luanda e 1º de Agosto nas competições africanas, passando pela renúncia do cargo de treinador do Petro de Luanda pelo técnico Miller Gomes, e o lançamento da ronda sete do Girabola, foram alguns dos temas analisados pelo comentarista desportivo Manecas Leitão.

Liderança do Kabuscorp

No Girabola 2013, Manecas Leitão analisou a prestação do Kabuscorp, líder da prova. O comentarista começou por falar do actual líder Kabuscorp do Palanca.

«O Kabuscorp está muito bem, alias isso reflete-se na tabela classificativa do Girabola e no futebol que eles praticam- Quanto às crónicas candidatas como o Petro, o 1º de Agosto, o Inter e o Recreativo do Libolo, acredito que podem ainda recuperar, apesar do ligeiro atraso deste último», vaticinou Manecas Leitão.

As equipas do Desportivo da Huila e Sagrada Esperança, segundo ele, estão a fazer o campeonato digno de realce, apesar dos seus reduzidos recursos.
«Penso que devemos realçar aqui o comportamento do Desportivo da Huila que está a ter bons resultados mesmo com o pouco investimento que fez. O Sagrada também não fica atrás, porque desde que o seu técnico António Caldas assumiu o comando, tem feito boas exibições, portanto temos campeonato com qualidade, e que pode ser disputado até ao final», referiu.

O Desportivo da Huila é o atual terceiro classificado do Girabola 2013 com 11 pontos, enquanto o Sagrada Esperança tem nove e está na sexta posição.

Manecas lamenta saída de Miller Gomes do Petro

Quanto ao pedido de demissão do técnico Miller Gomes do Petro de Luanda, o comentarista lamentou o facto e antevê dificuldades maiores para o seu substituto, independentemente da sua qualidade.

«É lamentável quando isso acontece com técnicos nacionais, mas ele deve ter as suas razões que ainda não as sabemos. De qualquer das formas acho que para o Petro essa saída prematura vai fazer-se sentir, independentemente das pessoas que o venham a assumir o comando porque quando se assume uma equipa ao longo do campeonato é mais difícil», afirmou o comentador televisivo.

Manecas Leitão criticou ainda a postura da direção do clube “tricolor”, pela alegada falta de apoio ao então treinador. «Continuo a pensar que os nossos jovens técnicos devem ter apoios das direções dos clubes que representam e não podem abanar por dois ou três resultados que não corram bem. Para isso os objetivos devem ser bem definidos a médio ou a longo prazo, não se pode tomar decisões precipitadas por pressão externa», frisou.

Angola está bem representada nas Afrotaças

O antigo guarda-redes do Mambroa do Huambo, Recreativo do Libolo e da seleção angolana de futebol, minimizou o facto de os dois principais emblemas nacionais terem sido eliminados das competições africanas, e acredita que Angola continua bem representado.

«Foram eliminadas duas equipas e restam igualmente duas, portanto, penso que é razoável essa situação. Em cada uma das competições Angola está representada e acho que cada uma vai fazer de tudo para não defraudar as expectativas», disse Manecas Leitão ao SAPO Desporto.

Recorde-se que o 1º de Agosto foi eliminado da corrida para a Liga dos Campeões Africanos diante do Esperance de Tunís, enquanto o Petro de Luanda perdeu para a Taça da Confederação frente ao Supersport United da África do Sul.

Em relação a sétima jornada do Girabola, o comentarista descreveu-a como interessante, apontando que o jogo entre o Petro e Interclube será provavelmente o encontro com maior destaque.

Manecas: «Petro-Inter, da 7.ª jornada, será interessante»

«A sétima jornada tem jogos interessantes, e sem dúvidas o Petro de Luanda-Interclube vai prender mais as atenções, mas há outros interessantes como o Kabuscorp-Benfica de Luanda e ainda o Progresso-1º de Agosto».

No que a criação de liga de futebol em Angola diz respeito, Manecas Leitão, entende que as intenções podem ser das melhores, mas adverte que o atual momento político poderá ditar o insucesso dela.

«Penso que os desígnios podem ser os melhores, mas temos que criar condições para não ficarmos só pelas intenções. Os nossos clubes atravessam ainda grandes dificuldades e acredito que para se fundar uma liga é preciso ter uma base consistente, caso contrário tudo pode cair para baixo. Então essa decisão deve ser bem ponderada, mas uma liga traduziria num campeonato que dá uma outra qualidade ao futebol», finalizou.