O Conselho de Disciplina da Federação Angola de Futebol considerou improcedente o protesto apresentado pela União Sport Clube do Uíge, relativamente à utilização irregular do futebolista Djemba, do Interclube, no jogo pontuável da 18.ª jornada do Campeonato Angolano de futebol da primeira divisão. As duas formações empataram a zero nesta partida.

Segundo um comunicado da FAF, depois de analisados os factos, o Conselho de Disciplina deu como injustificável o protesto por falta de legitimidade legal do órgão de direção e por inexistência de fundamento legal e elementos objetivo e subjetivo bastante para o seu sustento.

Em entrevista, na quarta-feira à Rádio Cinco (canal desportivo da Rádio Nacional de Angola), o presidente do Conselho Técnico Desportivo da Federação Angolana de Futebol, Nando Rafael Jordão, esclareceu que a União do Uíge apresentou um pedido de clemência ao conselho de disciplina da FAF em função dos seis pontos que lhes foram retirados por utilização irregular do futebolista Pedro Lundoloki, quando este se encontrava suspenso.

Segundo o responsável, a direção da União do Uíge reconhece a falha, mas solicitou a diminuição da sanção imposta.

Além disso, explicou, o clube recorreu também de um protesto contra o Interclube, onde alega a utilização ilegal do médio Djemba, contestação considerada infundada pelo Conselho de Disciplina da FAF.

Por sua vez, o presidente da comissão de gestão da União Sport Clube do Uíge, Nzolani Pedro, admitiu a utilização irregular do atleta Pedro Lundoloki, mas ficou surpreso porque nenhuma das equipas beneficiadas com os pontos (Sporting de Cabinda, Progresso do Sambizanga, Petro de Luanda e Recreativo da Caála) tinha apresentado qualquer protesto à FAF.

“Admite-se que o jogar foi utilizado de formal ilegal, mas interrogo-me como é possível se as equipas beneficiadas com os pontos retirados na União do Uíge, nos jogos da 13.ª, 20.ª, 21.ª e 22.ª jornadas, respetivamente com o Sporting de Cabinda, Progresso do Sambizanga, Petro de Luanda e Recreativo da Caála, não apresentaram nenhum protesto ao Conselho de Disciplina da Federação Angolana de Futebol”, desabafou.

De acordo com Nzolani Pedro, nas mesmas condições que a União do Uíge está o Interclube, com o jogador Djemba, mas a equipa do Interior não foi penalizada nos jogos realizados com o mesmo atleta.

Por sua vez, o presidente da Associação Provincial de Futebol do Uíge, Miguel da Costa, prometeu influenciar a formação da União do Uíge a levar o caso à FIFA, caso não se faça justiça.

Com os seis pontos retirados pelo Conselho de Disciplina da Federação Angolana de Futebol, atualmente a equipa da União Sport Clube do Uíge ocupa a última posição, com 20 pontos, numa prova onde já há campeão antecipado, Recreativo do Libolo, com 65 pontos.