O antigo treinador do Arsenal, Arsene Wenger, que atualmente trabalha na FIFA como responsável pelo desenvolvimento global do futebol, vai tentar que sejam levadas a cabo mudanças na lei de fora-de-jogo de forma a colocar ponto final na série de decisões controversas que se têm verificado no futebol desde a introdução do VAR.
Wenger quer que um jogador seja considerado como estando 'em jogo' desde que qualquer parte do seu corpo com a qual possa legitimamente marcar um golo se encontre em linha ou atrás do penúltimo defesa adversário.
Tal constituirá uma alterar a atual lei, que dita que um jogador está 'fora de jogo' se uma qualquer parte do seu corpo passível de marcar golo esteja à frente da linha do penúltimo defesa contrário.
O recurso às imagens de vídeo tenm sido alvo de fortes críticas desde a sua introdução e muitas dessas críticas têm incidido em lances de fora-de-jogo, questionando-se a precisão com que esses lances são julgados e o tempo que leva a ser tomada uma decisão.
"Um jogador não estará em fora de jogo se qualquer parte do seu corpo com a qual este possa marcar um golose encontre em linha com o penúltimo defesa, mesmo que outras partes estejam mais à frente", disse Wenger, explicando a alteração que pretende ver introduzida nas atuais regras.
Recentemente, por exemplo, na Premier League o Wolverhampton Wanderers de Nuno Espírito Santo viu um golo anulado frente ao Leicester City depois de, após a análise do VAR, se ter percebido que o calcanhar de Pedro Neto estava ligeiramente adiantado em relação ao penúltimo defesa contrário, ainda na fase de construção do lance.
Wenger irá fazer esta recomendação à alteração da lei de fora de jogo durante a próxima reunião com o International Board (IFAB), responsável pela definição das Leis de Jogo do futebol, que terá a sua reunião geral anual em Belfast, a 29 de fevereiro.
Segundo o técnico francês, tal alteração ditará o fim de decisões tomadas por meros milímetros. "Com esta mudança deixarão de haver decisões tomadas por milímetros e por uma qualquer parte do atacante estar ligeiramente à frente da linha defensiva."
Nas votações para alterações às Leis de Jogo na reuniões-gerais do IFAB, Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte têm direito a um voto, enquanto a FIFA tem direito aos restantes quatro. Para que haja uma alteração, a proposta terá de ter seis votos a favor.
Se Wenger conseguir, então, uma maioria de três quartos para ver esta proposta aprovada, a alteração entraria em vigor a 1 de junho, ainda 12 dias antes do arranque do EURO2020.
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