"Mais uma vez, uma tomada de decisão célere da FPF, defendida por mim e outras pessoas, esbarrou nos velhos problemas do futebol português. Mais uma vez, fica evidente que é urgente mudar os regulamentos e estatutos federativos", lê-se em declarações de Gilberto Madaíl publicadas no sítio oficial da FPF na Internet.

O dirigente máximo do "desporto-rei" português desde 1996, também presidente da Mesa da Assembleia Geral da FPF entre 1992 e 1996, sublinhou que a sua actual direcção apresentou uma proposta de novos estatutos, adaptando-os ao reformulado Regime Jurídico das Federações Desportivas - readaptado à nova Lei de Bases da Actividade Física e Desporto - que não foi aprovada em recente reunião magna do organismo que dirige.

Entre os organismos associados à FPF, as associações regionais são os que mais se têm destacado na defesa de outra formulação dos estatutos, nomeadamente por implicarem uma perda da sua representatividade em Assembleias Gerais. Madaíl advoga mais poderes executivos para a direcção da FPF.

"Defendi que se mandasse imediatamente repetir ou continuar o jogo a partir do momento da interrupção. Infelizmente, os regulamentos obrigavam à instauração de um processo disciplinar no âmbito do qual competia, em exclusivo, aos órgãos jurisdicionais a decisão de mandar ou não repetir a partida. A época terminou dois dias após os incidentes e alguns jogadores deixaram ser juniores nessa data. O jogo não foi reatado nem repetido", afirmou Madaíl.

O encontro da sexta e última ronda do campeonato nacional de juniores, uma recepção do Sporting ao Benfica, em Alcochete, em Junho, terminou aos 26 minutos, devido a confrontos entre adeptos dos dois clubes.

Uma primeira decisão do Conselho de Disciplina da FPF, em Julho, puniu ambos os clubes com a derrota por 3-0, multas e os próximos três desafios entre ambos à porta fechada.

Contudo, o Conselho de Justiça da FPF, para o qual recorreram os dois rivais lisboetas, atribuiu agora a responsabilidade da interrupção do jogo aos adeptos do Benfica, mantendo as sancões ao clube da Luz (incluindo a derrota), mas substituindo os castigos ao emblema de Alvalade por uma multa, o que vale aos "leões" a conquista do título nacional.