A alegada fuga ao fisco de Cristiano Ronaldo continua a fazer ´correr muita tinta` em Espanha. O jornal ´El Confidencial` tem sido um dos que acompanha mais de perto o caso e esta quinta-feira revelou quanto Cristiano Ronaldo recebeu e quanto pagou em impostos.

Diz aquela publicação espanhola que o português ganhou 138 milhões de euros em exploração dos direitos de imagem, entre 2011 e 2014. Esse montante foi arrecadado graças aos contratos com marcas como Nike, Armani, Konami, Emirates, Toyota ou Coca-Cola.

No entanto, o craque do Real Madrid apenas pagou 5,7 milhões de euros em impostos, pouco mais de 4 por cento do valor arrecadado. E esta é uma das razões apontadas pelo fisco espanhol de que o português não terá pago os impostos que devia. Já a defesa de Cristiano Ronaldo entende que 92 por cento do valor arrecadado foi obtido no exterior, logo, não pode ser tributado em Espanha.

E esse valor pago por Ronaldo é explicado pela Lei David Beckham. Quando o antigo internacional inglês assinou pelo Real Madrid em 2003, o estado espanhol criou essa lei para atrair as principais estrelas do futebol mundial. Em suma, era uma lei que permitia aos jogadores de elite serem tributados em apenas 24 por cento (subiu para 24,75 por cento em 2012), um valor muito abaixo do normal. Entre outras medidas, a lei também permitia que os futebolistas de elite apenas tinham de pagar impostos sobre rendimentos obtidos em território espanhol.

E é essa lei que está na base da discórdia entre Cristiano Ronaldo e o fisco espanhol, de acordo com ´El Confidencial`. E o jornal dá um exemplo de um anúncio gravado pelo português em Espanha (para poupar horas de viagem e cansaço) mas apenas emitido no Japão. A justiça espanhola entende que o valor pago ao português pela campanha devia ser tributado em Espanha por a gravação ter sido feita em solo espanhol, a defesa de Cristiano Ronaldo tem um entendimento diferente.