Continua a dar que falar a grande penalidade falhada por Bernardo Silva , batida diretamente para as mãos de Andriy Lunin, guarda-redes do Real Madrid, no desempate por pontapés da marca de grande penalidade que ditou o adeus do Manchester City à Liga dos Campeões 23/24.

Em Inglaterra, muitas têm sido as análises ao porquê de o internacional português ter rematado a bola daquela forma. Darren Stanton, um especialista em linguagem corporal, observou, a pedido do jornal The Sun, o comportamento de Bernardo nos momentos que anteceram o rematee não tem dúvidas: "Sofreu um colapso total ao nível da confiança nas suas capacidades e da sua técnica".

E a que se deve esse colpaso? De acordo com o referido especialista, Bernardo Silva teve demasiado tempo para 'pensar', isto porque quando chegou à zona de marcação de penálti a bola estava na bancada - curiosamente até com adeptos do City - e demorou mais de meio minuto a voltar de lá.

"O público pode até achar que estava a dar a Bernardo Silva tempo para se compor, ao reter a bola, mas ele não terá encarado bem isso. O tempo de espera ter-lhe-á causado stress, antes de marcar o penálti. Fez-me lembrar alguém a brincar no parque. Faltou-lhe concentração. A língua é o gesto mais significativo. Tem diversas conotações, dependendo do contexto. Os miúdos metem a língua de fora por diversão. Mas uma das principais razões pelas quais as pessoas o fazem é para se tentarem concentrar. Ele meteu a língua de fora num gesto pacificador. Estava incrivelmente stressado, sob uma pressão incrível. Vendo em câmara lenta, tudo ali estava errado", concluiu Darren Stanton.

Também o The Athletic analisa detalhadamente todo o desempate por pontapés da marca de grande penalidade. E, para esta publicação, o falhanço de Bernardo começa a explicar-se um pouco antes. No momento do falhanço de Modric. É que antes de ser a vez de Bernardo rematar, o croata tinha permitido a defesa a Ederson na sua grande penalidade. Frustrado (ou, quem sabe, intencionalmente) o veterano médio rematou depois a bola para a bancada.

A bola que foi para a banca tardou, então, a ser devolvida e quando Bernardo chegou ao local não havia qualquer bola. Nem a que foi para a bancada, nem outra. Foi o próprio Bernardo a ir depois buscar a bola junto à linha de fundo. Terão passado cerca de 40 segundos. De acordo com aquela publicação, o tempo médio entre cada penálti era de 36 segundos, no caso de Bernardo foi de 1 minuto. Tempo suficiente para o português se descontentrar.

Joleon Lescott e Rio Ferdinand, antigos internacionais ingleses, deram força a essa teoria, nos seus comentários ao jogo.

"Isso tê-lo-á desconcentrado. É possível treinar rotinas, a técnica, a forma como vais à marca de penálti, mas aquilo é algo para que não se está preparado. Isso é muito tempo. Pode não parecer, mas é muito tempo quando se está ali à espera. E pensa-se tudo: 'Mudo de posição? Mudo o remate?'. E, de repente, sai aquilo", lamenta Lescott.

E há ainda uma terceira justificação. Kepa, guarda-redes suplente do Real e antigo guarda-redes do Chelsea, terá dado dicas a Lunin, informando que Bernardo, por norma, atira para o meio, visto que já lhe tinha marcado assim em 2019.