O treinador português Vítor Pereira assumiu em janeiro o comando do 1860 Munique, da II Liga alemã de futebol, e espera atingir a elite da Bundesliga no final do seu contrato, dentro de ano e meio.

Em entrevista à Lusa, o técnico, de 48 anos, encara o principal campeonato alemão como o "grande desafio" nesta fase da sua carreira.

"Não tenho medo de desafios, não tenho medo de arriscar. É um risco que não tenho problema nenhum em correr", declara.

Embora esteja a trabalhar com os jogadores há pouco mais de duas semanas, Vítor Pereira já identificou algumas lacunas na equipa e espera usufruir de mais ‘armas' para atacar o objetivo da promoção na próxima época. Atualmente, o 1860 Munique ocupa apenas o 14.º posto, com 16 pontos, dois acima da linha de descida.

"É uma experiência diferente, num nível diferente, com muito trabalho tático a fazer. Estão habituados a jogar mais um jogo de bola longa, mas o meu jogo não tem nada a ver com isso. Não pretendo adulterar a minha forma de ver as minhas equipas jogar: quero uma equipa que seja organizada, que tenha bola e que saiba jogar", refere.

Vítor Pereira vai mais longe e espera ‘reforços' "inteligentes e com boa capacidade de decisão": "O clube tem de se dotar de condições para lutar por uma subida. Se tiver isso, não tem problema, pois vou pôr esta equipa a jogar futebol, com qualidade, e vou conseguir voltar a lutar pelo título na próxima época".

A defesa de uma ideia de jogo dominadora, assente na posse de bola e na redução de espaços ao adversário, é algo de que Vítor Pereira promete não abdicar, mesmo sob pressão na luta para evitar a descida.

"A ideia de jogo é que me vai levar às vitórias. Como a minha ideia de jogo é de qualidade, e com a experiência que eu tenho, a ideia é que me vai colocar mais próximo de fazer pontos", explica, acrescentando: "Só reconheço um grande ator quando o vejo interpretar diferentes papéis com qualidade. Portanto, no futebol, como treinador, é exatamente a mesma coisa".

Em 2016 chegaram à Alemanha vários portugueses, nomeadamente Renato Sanches, Raphael Guerreiro e Carlos Mané. Perante esta realidade, Vítor Pereira confessa a sua esperança em ser bem sucedido e assim "abrir portas" a outros compatriotas.

"Quando estamos no estrangeiro percebemos claramente que de cada vez que um de nós consegue alguma coisa lá fora, estamos a abrir o mercado. Espero que a seguir a mim venham outros, porque isso é sinal que eu fiz um bom trabalho", remata.

O 1860 Munique, de Vítor Pereira, encerra o estágio esta sexta-feira e regressa à Alemanha, onde irá iniciar a segunda volta da II Liga alemã no dia 27, frente ao Greuther Furth.