Marc Bartra admitiu ter temido pela sua vida no ataque ao autocarro do Dortmund, a 11 de abril, no momento em que a comitiva do clube alemão dirigia-se para um jogo da Liga dos Campeões, em casa, frente ao Monaco. O jogador teve mesmo de ser operado à mão direita depois de ter sido cortado por vidros na sequência da explosão.

Em entrevista aos espanhóis do 'Hormiguero', o defesa espanhol relatou na primeira pessoa os momentos vividos naquele dia.

"Quando estava na ambulância, nem queria saber se o meu braço estava cortado, só pensava que estava vivo. Tinha muitas dores no braço. Quando o médico disse-me que depois da operação que em um mês poderia voltar a jogar, foi algo incrível. Tive a sorte de ser uma fratura limpa, que não afetou nem os tendões nem os ligamentos. É incrível o que podem fazer os médicos", começou por dizer, relatando de seguida o momento da explosão.

"Estava com o telemóvel e num abrir e fechar de olhos passo da tranquilidade e do silêncio para um ambiente de muito fumo. Os ouvidos assobiavam, não ouvia nada. Havia um cheiro intenso a pólvora e sinto um vento muito quente na cara. O telemóvel voou que nem uma bala. Nesse momento vi as caras dos meus companheiros, estava com muito medo, não sabíamos o que se passava. Não podia nem mexer-me, fiquei paralisado. Estava no chão como muitas dores de cabeça, muito enjoado, a mão parecia colada, não conseguia movê-la. Gritei de dor e de medo. Não sabíamos se nos movíamos ou não, se viria mais alguma coisa", contou.

"Comecei a pensar na minha filha, e pensava para ficar com os olhos abertos e que precisavam de mim. Chegou a ambulância e foram 10 ou 15 minutos que pareceram eternos", explicou.

"As pessoas não têm consciência do que vivemos na Alemanha e em Espanha muito menos. Não o desejo a ninguém. O meu pensamento era se estava vivo ou não. Se podia mexer-me ou não. Estava em choque, com os ouvidos a assobiar e enjoado. Logo percebi que conseguia mover as pernas, mas que me doía muito o braço. Sangrava muito. Os fisioterapeutas não queriam sair do autocarro. Lembro-me de tudo e sinto me forte o suficiente para o contar", concluiu.

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