“Uma final é sempre intensa, ainda mais quando se disputa o troféu mais apetecido em termos de clubes, o que te dá mais prestígio”, disse à Agência Lusa o ex-capitão da selecção portuguesa de futebol, que terminou a carreira há um ano no Inter de Milão.

O agora director de relações internacionais do campeão de Itália refuta a ideia de que Inter e Bayern estivessem numa segunda linha de favoritismo, atrás de equipas como o FC Barcelona ou o Chelsea, eliminados pelos italianos nas meias finais e nos quartos de final.

“Certamente que havia apostas noutras equipas, mas nós estávamos no grupo das equipas que a podiam ganhar e, tal como sucedeu tanto nos quartos de final como na meia final, demonstrámos que temos qualidade para poder ganhar este troféu”, sublinhou.

É por isso, que, segundo Figo, em Madrid vai haver “uma final intensa”, com “duas equipas que têm algumas características em comum e que, certamente, irão fazer tudo para a conquistar”.

Em declarações prestadas em Benguela, Angola, onde se deslocou para realizar o jogo de beneficência “All Stars 2010”, o mais internacional futebolista português também rejeitou a ideia de que a maior arma do Inter é a sua capacidade táctica.

“A capacidade do Inter é o colectivo: é a equipa técnica que tem, é o presidente que tem e depois tem um grupo de jogadores com uma qualidade como grupo fantástica, em que tentam conseguir ao máximo o objectivo a que se propõem. E isso muitas vezes supera outras equipas que teoricamente são de maior qualidade”, justificou.

Luís Figo conhece bem os dois técnicos finalistas da Champions, pois foi treinado por Louis van Gaal no FC Barcelona e por José Mourinho no Inter, após ter conhecido o português quando este foi adjunto de Bobby Robson no Sporting e depois do holandês no clube catalão.

“Espero que seja um duelo em que nós consigamos ser felizes no final. São dois treinadores que se conhecem bem, porque trabalharam juntos, e acho que o mais importante é o que se vai passar dentro das quatro linhas”, afirmou.

Para Figo, as diferenças entre Mourinho e Van Gaal “são de personalidade e na forma de actuar perante o grupo de trabalho, mas também na forma diária como cada um elabora a sua programação de treinos e actua dentro das quatro linhas”.

O dirigente interista frisou, no entanto, que “os treinadores são importantes no começo e durante o jogo, mas depois quem decide realmente se a bola entra são os jogadores”.

Apesar de admitir que o Inter passou por dificuldades em Barcelona mesmo antes de ficar reduzido a 10, ainda na primeira parte, rejeita as críticas feitas aos campeões italianos por terem sido defensivos e registado pouco mais de 20 por cento de posse de bola em Cam Nou.

“Daqui a uns meses ou um ano ninguém se vai lembrar de como foi a posse de bola nesse jogo, mas sim quem jogou a final do ano 2010. Respeitando as características do Barcelona e sabendo que é uma das melhores equipas do Mundo, acho que fomos humildes o suficiente para jogar as nossas armas e conseguir estar na final”, concluiu.