Se Telavive se desenhava como a ‘Terra Prometida’ para o Benfica, ficou esta noite provado que foi apenas uma ‘terra maldita’ para a equipa de Jorge Jesus. Uma derrota humilhante, tal é a diferença de qualidade entre as duas equipas, e que sentenciou o adeus à Champions, não tendo ainda garantida a passagem para a Liga Europa por via do terceiro lugar. 

A equipa israelita, última classificada do grupo B, soube sofrer durante a fase de maior assédio encarnado e mostrou uma frieza e eficácia que nunca estiveram ao alcance dos campeões nacionais. Aliás, foi a terceira derrota em três jogos fora do estádio da Luz nesta edição da Champions. 

O Benfica até entrou bem na partida, ciente do espírito de “finalíssima”, rematando muito à baliza e empurrando o adversário para o seu último reduto nos primeiros minutos. Com menor intensidade, mas sempre com maior domínio, a primeira parte teve quase sempre o sentido da baliza de Enyeama.

Todavia, quem não marca, sofre. Uma vez mais, esta ‘velha profecia’ do futebol concretizou-se e o Hapoel chegou ao golo num desvio feliz de cabeça de Zahavi, que bateu Roberto aos 24’ para o 1-0.

Entretanto, os encarnados desperdiçavam um número inusitado de cantos, livres e ocasiões de golo, destacando-se também um fora-de-jogo assinalado a Kardec, que acabaria por terminar com a bola dentro da baliza, mas sem efeito.

O desespero do Benfica em dar a volta ao resultado na segunda parte veio à tona com o regresso de Cardozo e as entradas de Jara e Carlos Martins. Muitos homens para tão poucas ideias e ainda menos ocasiões do que no primeiro tempo. A aposta num futebol mais directo não teve resultados práticos.

Como consequência, o Hapoel foi resistindo e apostando no contra-ataque. E tal como na primeira parte, marcou de bola parada; aos 74’ Douglas faz o 2-0 num canto, aproveitando uma desatenção de Javi García, com muitas culpas para a defesa encarnada.

O sonho do Benfica em continuar na prova ruiu como um castelo de cartas e já nos descontos viu o Hapoel chegar a um surpreendente 3-0, novamente por Zahavi, após um contra-ataque mortífero. Acto contínuo, o apito final. Do jogo e da participação do Benfica nesta Liga dos Campeões, onde a ambição inicial deu o lugar à desilusão.