O ex-futebolista Rui Barros, autor de um dos golos que deu a Supertaça Europeia de futebol do FC Porto em 1987/88, apelou ao espírito de entreajuda dos “dragões” para superarem sexta-feira o FC Barcelona.

«O FC Barcelona quando joga... parece que tem mais jogadores dentro de campo. É uma super-equipa, com grandes jogadores, campeões do mundo, mas é uma final, em que tudo pode acontecer», disse à Agência Lusa.

Rui Barros defendeu que «os jogadores quando disputam uma final têm que dar o máximo durante 90 minutos, ter um pouquinho de sorte e revelar capacidade» e «o FC Porto tem essa capacidade».

«O FC Porto tem que recorrer ao espírito de entreajuda, com os seus elementos a apoiarem-se o máximo possível, porque é uma equipa que tem jogadores na frente que podem também resolver», referiu.

O ex-jogador espera que os futebolistas portistas conquistem mais um troféu e relembra as «excelentes recordações» deixadas pela Supertaça Europeia conquistada em 1987/88, contra os holandeses do Ajax.

O FC Porto venceu a Supertaça, na altura disputada a duas “mãos”, com vitórias por 1-0: Rui Barros marcou no primeiro jogo, em Amesterdão, e António Sousa no segundo, no Estádio das Antas.

«São recordações excelentes. Era o meu primeiro ano de sénior no FC Porto, numa equipa que tinha ganho a Taça dos Campeões Europeus. Conseguir fazer um golo foi muito bom», recordou à Lusa.

Para Rui Barros, jogar a Supertaça e marcar um golo foi «um marco histórico» na carreira, que no ano seguinte ganhou novo impulso com a saída para o estrangeiro, para representar a formação italiana da Juventus.

«O Ajax jogava com a equipa muito subida, com muita posse de bola e a fazer muita pressão sobre o adversário, mas deixava muito espaço nas costas da defesa», lembrou.

Para contrariar o esquema da formação holandesa, Rui Barros recorda que Tomislav Ivic lhe disse para, tirando partido da sua velocidade, tentar aproveitar esses espaços, fazendo tabelas rápidas.

«E foi o que aconteceu. Houve uma tabela a meio-campo, a equipa do Ajax estava subida e fiz quase meio-campo a correr com a bola. O guarda-redes Menzo saiu e já fora da área consegui passar por ele e depois por outro jogador e fiz golo», recorda.

Para Rui Barros, apelidado na altura de «pequeno grande jogador» ou «rato atómico», devido à sua baixa estatura, este lance continua bem vivo na memória. «Há coisas que nunca mais se esquecem».

O FC Porto repetiu por mais duas vezes a presença na Supertaça, mas não conseguiu reeditar o êxito alcançado com o Ajax. Perdeu o troféu para os italianos do AC Milan (2003) e os espanhóis do Valência (2004).