O Benfica, com defesa “remendada”, mas boas recordações de Londres, tenta quarta-feira, em visita ao Chelsea, a 12.ª reviravolta da sua história europeia, segunda em recinto alheio, nos quartos-de-final da Liga dos Campeões de futebol.
Após derrota na primeira mão (0-1), os “encarnados" conseguiram desalojar, quatro dias depois, o Sporting de Braga, já nos descontos (2-1), da liderança do campeonato luso, seguindo a um ponto do líder, FC Porto, mas viram o seu eixo defensivo mais enfraquecido.
Uma sucessão de lesões, desde o argentino Garay, ao brasileiro Jardel e, agora, Miguel Vitor podem obrigar o treinador Jorge Jesus a adaptar o espanhol Javi Garcia ou mesmo o mal-amado lateral brasileiro Emerson, embora volte a contar com “El Mago” argentino, Pablo Aimar, castigado na Liga portuguesa.
O Benfica já defrontou duas vezes emblemas londrinos, tendo seguido sempre em frente, nas meias-finais da Taça dos Campeões 1961/62, diante do Tottenham Hotspur, e, mais recentemente (91/92), na memorável vitória no prolongamento (3-1) sobre o Arsenal, segunda eliminatória de uma “Champions” de formato diferente, graças ao brasileiro “Isaías e companhia”, após empate caseiro (1-1).
Os “blues” ganharam sempre as eliminatórias nas quais conseguiram um triunfo forasteiro na primeira mão, algo que sucedeu em sete ocasiões, e goza uma série de cinco vitórias seguidas em Stamford Bridge na “Champions”, além de se preparar para a sua sexta presença nas “meias” em nove anos.
O Benfica é o oitavo clube com mais presenças nas meias-finais da principal prova europeia de clubes de futebol, mas desde de 1990 que não fica entre os quatro melhores.
A equipa treinada pelo substituto de Villas Boas, Roberto Di Matteo, ganhou a visita ao Aston Villa (4-2), mas continua no quinto lugar da “Premiership”, a cinco pontos de Tottenham e Arsenal, e também o brasileiro David Luiz e o costa-marfinense Drogba estão em dúvida devido a lesões.
Apesar do registo impecável nas duas visitas a Londres, o Benfica só conseguiu ganhar três dos 14 jogos disputados em Inglaterra, alcançando ainda o empate (2-2) da presente fase de grupos diante do Manchester United.
Os “encarnados” terão, porém, como fonte de inspiração a vitória na visita ao Dínamo Bucareste, na Taça UEFA de 2000, quando também perderam por 1-0 na Luz e ganharam depois na Roménia (2-0).
Terça-feira, o campeão mundial, europeu e espanhol, FC Barcelona, vai receber o AC Milan, após “nulo” em San Siro, na decisão do opositor de Chelsea ou Benfica na fase seguinte.
Os “blaugrana” tentam a quinta presença consecutiva nas meias-finais, para igualar o recorde do rival Real Madrid (1956-1960), mas terão pela frente um conjunto “rossoneri” que começou a campanha de grupos com um empate a dois golos precisamente na Cidade Condal.
Praticamente de encontro marcado nas “meias” estão já Real Madrid e Bayern Munique, que bateram APOEL Nicósia e Olympique Marselha nos seus terrenos, respetivamente por 3-0 e 2-0.