Aos 22 anos, Rui Fonte procura ainda a sua afirmação plena com a camisola do Espanyol. O jovem avançado português será um espectador atento do duelo desta noite entre Barcelona e Benfica e dá algumas dicas aos encarnados. Em entrevista ao SAPO Desporto, Rui Fonte não tem dúvidas: o Benfica tem hipóteses de ser feliz em Camp Nou.
- Que conselhos daria ao Benfica para o jogo com o Barcelona?
É difícil dar conselhos, porque eles são uma equipa muito difícil de jogar. Creio que se tiverem a atitude certa e como têm de ganhar, com a qualidade que tem e os jogadores que tem, o Benfica pode ganhar o jogo. É nos detalhes que se vai resolver. O Benfica tem de aproveitar as oportunidades que vai ter. Depende da estratégia do 'mister' Jesus. 
- As ausências de Xavi, Iniesta, Busquets ou Fabregas são uma “ajuda” para o Benfica?
 Já muitas equipas vieram jogar aqui com os jovens da filial e perderam por dois ou três de forma surpreendente. Penso que o Benfica vem concentrado, sabe que tem de ganhar e não vai ligar a quem está fora deste jogo.
- Enquanto português, vai torcer pelo Benfica?
Com certeza. Seja o FC Porto, o Benfica ou o Braga... seja qualquer um, vou estar a torcer para que ganhe.
- Como é ser jogador do Espanyol nesta cidade?
Creio que até é melhor em certos aspetos. Os adeptos são mais fervorosos, sempre que vamos na rua abordam-nos e dão-nos força. Creio que no Barça é mais por serem quem são do que por serem tão fervorosos como os nossos adeptos. Há sempre essa rivalidade, que é boa, e queremos sempre ganhar ao Barça.
- Camp Nou tem um ambiente temível para os adversários?
Acho que é mais difícil ir jogar ao terreno do Osasuna ou do Athletic Bilbao, pelo ambiente criado pelos adeptos. Na casa do Barcelona as pessoas não gritam nem puxam muito pela equipa, tornando o jogo igual a tantos outros.
- Olhando para a elevada posse de bola do Barcelona, como se consegue anular uma equipa que joga quase como se jogasse futsal?
Pode contrariar-se de duas maneiras: ou fica-se cá atrás e sujeita-se a defender o jogo todo ou tenta-se sair a pressionar desde o início, o que é mais difícil, devido ao bom toque de bola que eles têm. Depende do treinador que os enfrentar e dos jogadores para a melhor estratégia.
- Qual é o teu projeto neste clube?
O meu projeto é tentar ajudar a equipa. Estamos numa situação difícil, em último lugar, e empatámos o último jogo já com o novo treinador [Javier Aguirre]. De momento, o que interessa é tirar a equipa desta situação. O futuro logo se vê.
- É altura de dar o salto ou quer continuar?
Quero é sentir-me bem e feliz. Vamos ver. Ainda há muita época para jogar.

- Como têm sido os primeiros dias com Javier Aguirre?
Até agora tem sido uma boa experiência. Tem ideias muito boas que agradaram a todos nós e que esperamos que possam dar resultado para se conseguir mais vitórias.

- O que está na base deste mau arranque?
Não quero arranjar desculpas, mas temos tido alguma falta de sorte e os árbitros também não ajudaram, porque já nos expulsaram sete ou oito jogadores por razões que nem nós sabemos. Isso torna tudo difícil. É claro que em dois ou três jogos não estivemos ao nosso nível, mas no resto dos jogos podíamos ter somado mais pontos.