Foi a segunda derrota em outros tantos jogos dos "encarnados" na prova. O duplo confronto com o Mónaco irá definir o futuro das “águias” na prova mas não será descabido começar já a pensar na Liga Europa. Jorge Jesus deixou no ar essa possibilidade após a derrota com os germânicos, ao afirmar que "desportivamente, a final da Liga Europa é mais importante do que os quartos-de-final da Liga dos Campeões”.
Se é verdade que esta temporada a equipa tem menos soluções, após as saídas de Oblak, Garay, Siqueira, André Gomes, Markovic e Rodrigo, o difícil grupo em que o Benfica está inserido também não ajuda às aspirações das “águias".
Se na Luz o Zenit teve a tarefa facilitada de jogar a maior parte do encontro com mais um jogador para se superiorizar e vencer o Benfica, esta quarta-feira no Bay Arena a formação de Jesus mostrou que não está propriamente preparada para ombrear com os melhores da Europa, como quer o seu treinador.
Frente ao Bayer Leverkusen, a equipa não conseguiu encontrar soluções para se soltar da pressão constante do adversário, principalmente na primeira parte. Os golos de Kiessling aos 24 minutos e Son Min aos 34 vieram pôr a nu as fragilidades de uma equipa com poucas soluções na zona intermédia quando é preciso pressionar o adversário ou sair da pressão.
A profundidade para sair para o ataque que devia ser dado pelos extremos do Benfica não foi possível porque Gaitán e Salvio estavam preocupados em acompanhar os laterais contrários. A aposta em Cristante não foi a melhor e Talisca mostrou que ainda tem muito que aprender sobre o que é o futebol europeu. O jovem médio pouco se viu em jogo, dadas as suas fragilidades para jogar sem bola e envolver-se em tarefas defensivas.
No segundo tempo, Jesus tentou emendar os erros, lançando Maxi Pereira e Lima para os lugares de Cristante e Talisca. André Almeida subiu para o meio-campo, passando o Benfica a jogar declaradamente em 4-4-2.
Apesar de a formação bávara ter baixado o ritmo, a verdade é que continuou a ter muito espaço e tempo para armar os seus ataques, muito por culpa da mobilidade dos quatro homens da frente: «Çalhanoglu, Son Min, Bellarabi e Kiessling, ajudados pelos laterais Wender e Hilbert, e ainda por Lars Bender, o médio que se soltava mais para o ataque. Uma teia asfixiante da qual o Benfica nunca conseguiu se soltar.
O golo de Salvio aos 61 minutos poderia relançaar a turma de Jesus para o ataque mas uma "asneira" (mais uma) de Jardel, deitou tudo a perder. O central "encarnado" derrubou Kiessling na ·área, e Çalhanoglu fez o 3-1 de penálti, um minuto depois de o Benfica ter reduzido para 1-2. Golpe duro para a equipa, que baixou os braços e pouco fez para incomodar Leno, guarda-redes contrário.
O Benfica até teve mais bola que o adversário mas nos outros itens estatísticos foi goleado. Fez três remates contra 14 do adversário e fez menos oito faltas que os "farmacêuticos", apesar de ter visto cinco amarelos contra dois do Bayer Leverkusen. No final do encontro, Jesus reconheceu que a equipa não esteve bem e que o adversário foi superior, tal como Sálvio e André Almeida.
Em termos coletivos, há que destacar a press-ao constante do Bayer Leverkusen, principalmente no primeiro tempo. A mobilidade dos homens da frente também foi uma dor de cabeça para o Benfica, com destaque para Çalhanoglu, Kiessling e Son Min, principalmente este último, que deu muito trabalho à defensiva "encarnada".
Do lado do Benfica, Salvio fez golo no único remate à baliza do Bayer. Jardel voltou a comprometer, o que mostra que o Benfica dever· ir ao mercado em janeiro por um central que dê garantias. Ou entãoo Lisandro Lopez terá de mostrar que pode ser o parceiro ideal para Luisão. Para consumo interno chega mas para lutar contra os tubarões da Europa, as soluções são poucas.
Seguem dois confrontos com o Mónaco de Leonardo Jardim onde é imperioso somar seis pontos para se manter na luta. Até porque, caso o Benfica não consiga o passaporte para os oitavos-de-final da Champions, é preciso pensar na Liga Europa, prova onde a turma da Luz esteve nas duas últimas finais, com derrotas em ambas para Chelsea e Sevilha.
O Mónaco afigura-se como o principal rival do Benfica na luta por um possível lugar na Liga Europa, uma vez que o Zenit e Leverkusen parecem ser as equipas mais fortes do grupo. Mas nada de atirar a "toalha ao chãoo". Há doze pontos em disputa, pelo que o apuramento é possível.
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