O Sporting chegava a este encontro com o Schalke 04 depois de alguns dias mais complicados. Primeiro, deu-se a derrota em Guimarães por claros 3-0, depois as críticas feitas à equipa pelo presidente Bruno de Carvalho, e ainda as notícias de que as palavras foram mal recebidas pelos jogadores.

Se o cenário não era o mais favorável, havia que juntar-lhe o facto de o Sporting estar proibido de perder, pois dizia adeus à Liga dos Campeões, e quase que obrigado a ganhar para manter as suas aspirações intactas.

A tudo isto os jogadores responderam dentro de campo transformando as dúvidas do seu futebol em certezas, mostrando caráter, palavra escolhida pelo treinador Marco Silva para classificar a exibição.

O Sporting entrou com Mané, Jefferson, Sarr e Slimani como novidades e com vontade de assumir o jogo perante um Schalke expectante e órfão do seu maestro Draxler.

Os leões aos poucos embalavam com um futebol positivo de variações rápidas entre os flancos e embalavam também o adversário que se deixava hipnotizar. Mas o embalo durou pouco, porque uma infelicidade de Slimani deu uma vantagem pouco merecida à equipa alemã aos 17 minutos. Colocava-se mais um ponto de interrogação a este Sporting. Se seria capaz de dar a volta a um resultado adverso e que, ainda por cima, ficava a dever-se a um auto-golo.

A resposta não demorou a chegar e veio pelo improvável Sarr. O francês, apelidado por muitos de patinho feio, só foi titular devido ao castigo de Maurício e o único golo que havia marcado pelo Sporting fora na própria baliza frente ao FC Porto. Agora fê-lo na baliza certa e, em tempo oportuno, empatou um jogo diminuindo a injustiça do resultado. A primeira parte terminava com um empate a um golo e uma exibição positiva dos leões que melhorou ainda mais na segunda parte.

Mal a etapa complementar teve início, o Sporting já fazia a cambalhota no marcador. Jefferson, que tem andado afastado da titularidade e nem convocado foi para Guimarães, surgiu a titular e fez uso do seu forte pontapé para aos 52 minutos fazer o segundo dos leões no encontro.

A partir desse minuto o jogo mudou e porque tinha de mudar. O Schalke 04 subiu no terreno e começou a criar mais perigo, o Sporting procurava defender-se e fazer rodar o mais possível a bola. Quanto mais tempo a tivesse, menos tempo tinha o adversário. Obasi teve nos pés o golo do Schalke, mas o Sporting teve na mão de Rui Patrício um desarme perfeito que manteve o resultado.

Surgiu então Carrillo no encontro, que entrou para o lugar de Carlos Mané, e depressa surgiram os estragos na defesa adversária. O peruano acelerou pela direita aos 72 minutos, enquanto Fuchs o acompanhava com os olhos, e descobri Nani no lado oposto que rematou e fez o 3-1. Um golo merecido para o internacional português que, mais uma vez, foi mestre na arte de controlar os tempos de jogo da sua equipa.

A partir daqui parecia estar contada a história do jogo. Mas, como em qualquer história, às vezes são necessários os momentos de suspense para a tornar mais interessante. Foi isso que fez Aogo ao reduzir aos 88 minutos para 3-2, mas o suspense desfez-se três minutos depois com Slimani a voltar a marcar um golo neste jogo, precisamente na mesma baliza em que havia feito na primeira parte, só que agora a contar para a sua equipa.

Triunfo justo do Sporting, por 4-2, nas palavras de Marco Silva e de Di Matteo. O treinador italiano queixou-se, contudo, do árbitro italiano Paolo Tagliavento.