Os clubes de futebol participantes nas competições europeias em 2015/16 vão doar um euro por cada bilhete vendido no seu primeiro jogo ‘caseiro’ para ajudar refugiados, numa resposta positiva à iniciativa lançada pelo FC Porto.

“Todos os clubes participantes na Liga dos Campeões e na Liga Europa vão doar um euro por cada bilhete vendido no seu primeiro jogo ‘europeu’ em casa”, anunciou hoje o alemão Karl-Heinz Rummenigge, presidente da Associação Europeia de Clubes (ECA).

Karl-Heinz Rummenigge, que foi também hoje reeleito como presidente da ECA por mais dois anos, disse ainda que foi uma resposta unanime ao convite lançado pelo FC Porto.

“Foi uma decisão unanime face à iniciativa lançada pelo FC Porto e os clubes devem assumir a responsabilidade de ajudar os refugiados, um problema sério e muito grave”, acrescentou o germânico, que também é presidente do Bayern Munique.

Cada um dos oitenta clubes participantes nas competições europeias em 2015/16 comprometeu-se desta forma a doar um euro por cada bilhete vendido, cujo montante global, estimado entre dois e três milhões de euros, será entregue a um fundo criado pela ECA.

O primeiro vice-presidente da ECA, o italiano Umberto Eca, representante do AC Milan, disse também que os restantes 140 membros da associação não estão excluídos deste projeto, podendo participar de várias maneiras.

“Os membros da associação podem participar também doando um euro por bilhete em receitas 'caseiras' de jogos do campeonato, sendo que alguns já criaram as suas próprias iniciativas”, afirmou o dirigente italiano.

O presidente do FC Porto, Pinto da Costa, enviou uma carta à UEFA a 04 de setembro, anunciando que o clube iria doar um euro por cada bilhete vendido no jogo ‘caseiro’ da segunda jornada da ‘Champions’ frente ao Chelsea, convidando os restantes emblemas a ajudar os migrantes.

Integram a ECA cinco clubes portugueses: Benfica, FC Porto (que disputam a Liga dos Campeões), Sporting, Sporting de Braga (ambos na Liga Europa) e Marítimo (fora das competições europeias esta época).

“A família do futebol tem uma longa tradição de solidariedade e responsabilidade social, é por isso impossível fechar os olhos ao drama dos migrantes e refugiados que tentam entrar em solo europeu”, lê-se na carta enviada à UEFA.

O ‘mundo’ do futebol uniu-se em torno da crise dos refugiados, sendo que além desta iniciativa dos ‘dragões’, Real Madrid e Bayern Munique anunciaram a doação de um milhão de euros cada para ajudar os migrantes.

Os italianos da Roma criaram também uma comunidade na internet, designada ‘Football Cares’, tendo já doado camisolas usadas pelos futebolistas Totti, Dzeko e Pjanic, cujo valor obtido no leilão destina-se a organizações de apoio a refugiados.

Em Portugal, o Marítimo já disse vai também acolher cinco crianças migrantes, comprometendo-se em dar-lhes um lar, além de cuidados alimentares coadunados com a prática desportiva.

Perto de 365.000 migrantes e refugiados atravessaram o Mediterrâneo desde janeiro e mais de 2.700 morreram, de acordo com os dados divulgados pela Organização Internacional para as Migrações.

Mais de 245.000 chegaram à Grécia e mais de 116.000 à Itália.