O dia 21 de outubro já era histórico pela chegada de Marty McFly ao futuro na célebre trilogia “Regresso ao Futuro”, mas podia ser igualmente histórico para o Benfica com o embate diante do Galatasaray, para a terceira jornada do grupo C da Champions. Num país onde nunca havia vencido e poucas horas depois de ver a equipa de juniores bater de forma histórica o recorde na UEFA Youth League (11-1), o Benfica passou ao lado da história e perdeu por 2-1.

Sem poder contar com Nélson Semedo face aos dois jogos anteriores na prova, o técnico Rui Vitória lançou Sílvio e manteve a restante equipa habitual na Europa, onde Jiménez surgia como elemento mais ofensivo. Inspirado, quiçá, pela vontade de chegar rapidamente a um futuro nos oitavos de final, já que um triunfo colocaria a equipa com um pé nessa fase, o Benfica entrou a todo o gás e aos dois minutos já ganhava.

Nico Gaitán, sempre ele, foi o segredo para o golo, desmarcando-se na área, ultrapassando um defesa e finalizando com classe diante de um desamparado Muslera na baliza turca. Estava feito o 0-1, com o terceiro golo do argentino na Champions, e Rui Vitória podia assim sonhar com nova proeza.

Porém, ao arranque positivo seguiu-se uma forte reação turca e uma série de falhas de concentração dos bicampeões nacionais. Ato contínuo, o Galatasaray consumou a reviravolta em pouco tempo, com Inan, aos 19’, na conversão de uma grande penalidade, e Podolski, aos 32’, a assinarem os golos da formação de Istambul.

Com pouca acutilância e alguns deslizes, o Benfica deixava fugir o pássaro e tinha agora de correr atrás dele na segunda parte.

A desvantagem no marcador trouxe um Benfica diferente para o relvado. Após uns primeiros minutos titubeantes, nos quais suspirou de alívio ao ver o remate de Sneijder beijar o poste, a formação encarnada lançou-se em busca dos golos que apagassem o resultado negativo. Com autoridade, personalidade e atitude, os encarnados pressionaram e empurraram o Galatasaray para o seu último reduto, mas tais virtudes não se fizeram acompanhar da eficácia esta noite.

Rui Vitória deu um forte sinal de crença na equipa, apostando em Pizzi, Victor Andrade e Mitroglou, mas o ataque total não produziu resultados. Aliás, foi preciso também a inspiração de Júlio César em alguns momentos para manter o Benfica na discussão do resultado, mas nem isso foi suficiente para evitar o desaire. E como já não dava para alterar o passado desse jogo para conseguir um futuro mais risonho, o Benfica ficou-se pela presente derrota.

Apesar deste resultado, o Benfica mantém-se no topo do grupo C, mas tem agora a companhia do At. Madrid, somando ambos seis pontos. O Galatasaray é terceiro classificado, com quatro pontos, enquanto o Astana tem apenas um ponto ao fim de três jornadas.