Qual é a resposta à pergunta que chegou a ser colocada na sala de imprensa após o jogo frente ao Atlético: Porque é que não foram lançados na equipa inicial Mitroglou e Jiménez ? Mal entrou na segunda-parte, o grego trocou as voltas a um adversário e quase fez logo o empate a abrir. O mexicano foi o autor da assistência do único golo da equipa da casa.

Mas voltemos ao início da história: O Benfica entrou demasiado sonolento e previsível. Quando se pensava que Rui Vitória iria apostar em Mitroglou para a frente de ataque, optou por lançar Gonçalo Guedes. Resultado: O Benfica só rematou uma vez na primeira parte, embora tenha tido mais posse de bola no primeiro tempo, mas foi sempre menos objetivo, ao contrário do Atlético que com a lição bem estudada, quase fez um jogo tirado a papel químico da exibição cínica dos encarnados no Vicente Caldéron, pelo menos no que à eficácia diz respeito.

Talvez descansado por já ter a presença na próxima fase assegurada, o Benfica deixou o Atlético tomar conta do jogo. Simeone optou por sentar Torres no banco, apostando no mais jovem Vietto. Saúl, no miolo, foi sempre muito rotativo, fazendo esquecer o português Tiago, que se encontra lesionado.

Numa partida de reencontros com o estádio da Luz (O Atlético perdeu a final de Lisboa da “Champions” frente ao Real Madrid) e com o clube (Oblak e Guilherme Siqueira regressaram a uma casa que bem conhecem), o Atlético venceu num palco que lhe foi madrasto na final da Liga dos Campeões.

Aos 18 minutos, Godín foi a personificação do primeiro ameaço dos espanhois, valeu a intervenção de Júlio César, que voltou a brilhar a remate de Gabi. Foi então com naturalidade que os visitantes chegaram ao golo numa grande jogada ao primeiro toque que resultou no golo de Saúl Ñíguez.

No segundo tempo, talvez arrependido por não ter apostado num ponta-de-lança fixo, o timoneiro das “águias” lançou primeiro Mitroglou e mais tarde Raúl Jimenez (Só depois do golo do Atlético). O clube da Luz aparecia com um fulgor que não existiu no primeiro tempo, mas por ironia do destino voltou a sofrer novo tento. Ferreira-Carrasco apareceu na esquerda, cruzou para Vietto que desviou de forma subtil a bola de Júlio César.

O avançado mexicano entrou então para o lugar de um desgastado Jonas e pouco depois, numa grande jogada de combinação Jimenez colocou a bola no grego que rodopiou muito bem e bateu Jan Oblak, corria o minuto 75.

O público (mais de 47.630 na Luz) tentou empurrar a equipa, mas já era tarde para acordar da desvantagem. O pecado dos encarnados foi este: Ligou o despertador demasiado tarde. Veremos se o empate e o segundo lugar no grupo C não poderá sair caro à equipa portuguesa nos oitavos de final da Champions. O Atlético ficou em primeiro, com 13 pontos.