O Real Madrid conquistou a 11ª Liga dos Campeões da sua história, ao bater o At. Madrid nas grandes penalidades. Depois de um jogo cinzento, Cristiano Ronaldo foi decisivo ao assinar a última grande penalidade e impediu assim os colchoneros de chegarem ao primeiro título europeu, depois de um empate a um golo no tempo regulamentar.

Na reedição da final de 2014, realizada em Lisboa, desta feita foram os merengues a sair na frente do marcador, graças ao golo de Sergio Ramos aos 15 minutos. Num lance marcado por alguma polémica, o central espanhol fez o 1-0 com um desvio na cara de Oblak, após um primeiro toque de cabeça de Bale num livre de Kroos. Os colchoneros contestaram um eventual fora de jogo de Sergio Ramos e uma possível falta sobre Savic no lance, mas o árbitro Mark Clattenburg validou a jogada e o golo.

Aliás, o tento do internacional espanhol foi o corolário da boa entrada da equipa de Zinedine Zidane, que surpreendeu o Atlético com um arranque muito intenso e agressivo, apostando igualmente numa abordagem mais cínica e pragmática do que o habitual. O golo já tinha estado perto de surgir logo aos 6’, mas Oblak travou então o desvio de Casemiro já na pequena área.

Os colchoneros demoraram a reerguer-se, mas começaram a equilibrar o jogo a partir dos 25 minutos. A formação de Diego Simeone encontra, porém, algumas dificuldades para se instalar no meio-campo do Real e parecia denotar pouca acutilância no ataque, onde Griezmann e Torres estavam sempre muito sozinhos.

Para a segunda parte, Diego Simeone teve uma alteração decisiva, ao lançar logo após o intervalo o extremo belga Yannick Ferreira-Carrasco, que entrou para o lugar de Fernandez. Os colchoneros passaram a atuar num 4x1x4x1, que muito baralhou a defesa merengue.

De facto, melhor reação parecia impossível com um penálti a seu favor logo no primeiro minuto do segundo tempo, a punir uma falta de Pepe sobre Torres. Contudo, o goleador Griezmann, autor de 32 tentos esta época, atirou à trave da baliza de Keylor Navas e falhou o empate.

O infortúnio não desanimou o At. Madrid, que empurrou o Real para a sua defesa. De facto, assistia-se nesta final a uma curiosa inversão de papéis. Habitualmente, os merengues jogam ao ataque e os colchoneros são mais pragmáticos; desta feita, era a equipa de Diego Simeone a atacar e dar espetáculo e a formação de Zidane a remeter-se ao contra-ataque.

Savic e Niguez tiveram pouco depois o empate nos pés, mas os remates saíram ligeiramente ao lado da baliza do Real. No entanto, apesar de quase ter abdicado do ataque, o Real passou então a dispor de muito espaço para o contragolpe, tendo Benzema, Ronaldo e Bale desperdiçado todos boas ocasiões de golo.

O tempo começava a escassear, mas de tanto porfiar o Atlético de Madrid conseguiu mesmo chegar ao golo. Aos 80 minutos, numa jogada rápida, Juanfran desmarcou-se no flanco direito e cruzou de primeira para a pequena área, onde Ferreira-Carrasco fugiu à marcação de Lucas Vazquez (entrara para o lugar de Benzema) e desviou para o 1-1. Um golo tão procurado quanto merecido.

Depois de queimar tempo e de já ter feito as três substituições, com Carvajal (por lesão), Kroos e Benzema a deixarem o relvado para ceder o lugar a Danilo, Isco e Lucas Vazquez, o Real Madrid sofreu um rude golpe na sua gestão do jogo e não conseguiu também evitar a ida para o prolongamento. Já o At. Madrid dominou por completo a segunda parte e mostrou capacidade física para se superiorizar ao rival.

No prolongamento, foram visíveis as maiores dificuldades físicas do Real, com várias unidades em quebra. Já o Atlético também abrandou o ritmo e não conseguiu criar lances de perigo. No início do segundo tempo do prolongamento, Simeone lançou ainda Lucas Hernández e Partey. O jogo foi então sobretudo marcado por faltas e paragens de tempo que roubaram fluidez ao jogo.

A decisão foi então empurrada para as grandes penalidades e aí o Real Madrid foi mais feliz. Juanfran falhou a quarta grande penalidade para o At. Madrid e deixou a decisão logo nos pés de Ronaldo. Como habitual, o craque português não tremeu e foi decisivo. Os merengues sagram-se campeões europeus e deixam o At. Madrid novamente a chorar uma final perdida.