Se gosta de futebol e não viu o Manchester City 5-3 Mónaco pela TV, é provável que venha a lamentar-se. Um dos melhores jogos da Liga dos Campeões esta época. Teve de tudo: polémica, decisões difíceis dos árbitros, penáltis falhados, ´frangos` dos guarda-redes, golaços de parte a parte num duelo de dois dos treinadores da moda, de duas equipas com ideias diferentes mas ambos viradas para o golo. No fundo, todas na procura da essência do futebol.

A história dizia que nunca Manchester City e Mónaco tinham-se defrontado em jogos oficiais. Quis o destino que o primeiro então fosse memorável, digno de figurar nos anais do futebol. Duas equipas com dois dos treinadores do momento, com abordagens táticas diferentes: o Mónaco venenoso no contra-ataque, o City igual a si próprio, com um futebol de risco perto da sua área, de pé para pé, sempre na saída curta.

O jogo começou num ritmo baixo, foi subindo de intensidade até terminar numa enxurrada de golos. Mendy e Glik de um lado, Aguero de outro ameaçaram o golo que viria a surgir aos 26 minutos por Sterling. O inglês empurrou dentro da pequena área após grande jogada de Sané. Seis minutos depois entrou em cena um predador do golo. ´El Tigre` acreditou e voou para um centro de Fabinho e empatou de cabeça aos 32. Um bom regresso de Falcao a Inglaterra e logo com golo. Mas havia mais, muito mais. Aos 40 minutos, Mbappé ganhou nas costas de Otamendi, saiu disparado para a baliza rematou colocado, fazendo o 2-1 para o Mónaco. Leonardo Jardim sorria, ele que eliminou o Arsenal nesta fase da prova na época passada.

Se no primeiro tempo tivemos três golos e várias oportunidades, o segundo tempo foi muito mais rico num dos jogos que irá ficar para sempre na história da Liga dos Campeões. Falcao, que terminou o primeiro tempo a falhar o 3-1, voltou a falhar aos 48, mas o árbitro de baliza deu grande penalidade já que o colombiano foi empurrado por Otamendi, seu antigo colega de equipa no FC Porto. Lance polémico, muito protestado pelos jogadores do City e pelo treinador Guardiola. Na transformação, Falcao esteve muito mal e rematou denunciado e fraco, para defesa fácil de Caballero.

O golo que podia relançar o Mónaco não surgiu. Quem galvanizou-se foram os ´citizens` que empataram aos 58. Aguero foi lançado por Sterling após perda de bola de Falcao, o argentino correu para a área e rematou. A bola ia fraca e à figura mas Subasic deixou-a passar por entre as mãos. Um ´frango` monumental. Só que aos 61 Falcao redimiu-se da grande penalidade falhada e marcou o golo da noite. Lançado em profundidade, o antigo avançado do FC Porto ´partiu` os rins a Stones, entrou na área e fez um chapéu a Caballero. Um golaço!

Depois só deu City que carregou sobre a defensiva francesa, nesta altura já em dificuldades físicas. Aguero empatou aos 71 num remate de primeira dentro da área, após canto. Stones fez o 4-2 aos 78 após desvio de Yaya Touré num canto. O 5-3 é da autoria de Sané, a passe de Aguero, em mais um lance de qualidade ímpar de Silva, que isolou o argentino com um grande passe.

Até ao final, não se viram mais golos graças aos guarda-redes. Subasic negou o hat-trick a Aguero, Caballero evitou o golo de Falcao com os pés aos 84. Jardim mexeu no segundo tempo, tentando dar mais frescura à equipa mas já era tarde.

O Manchester City vai para o segundo jogo com uma vantagem de dois golos mas, pelo que se viu nesta noite de terça-feira, a eliminatória está longe de estar acabada.
Bernardo Silva fez um bom jogo, principalmente na primeira parte, onde fez inclusivé uma maldade a Yaya Touré. Moutinho entrou no segundo tempo.