Começa a ser um dos jogos mais comuns na Liga dos Campeões quando se chega às fases mais avançadas da competição. O duelo madrileno entre Real Madrid e Atlético de Madrid já é quente em Espanha e ganha novo sabor quando se expande para a Europa. Depois de duas finais (Lisboa e Milão) nos últimos cinco anos, ambas as equipas voltam a enfrentar-se numa fase final da Liga dos Campeões. Desta feita, o duelo da primeira mão nas meias-finas da prova arranca esta terça-feira. No Santiago Bernabéu, começa a primeira batalha entre as duas formações onde a presença em Cardiff está em jogo.

A jogar em casa, o Real Madrid assume um ligeiro favoritismo face aos rivais da capital. Num estádio que estará a rebentar pelas costuras, Zidane sabe que não vai poder contar com Gareth Bale. O extremo galês não tem sido feliz desde que voltou da lesão e está, de novo, indisponível por problemas físicos. Pepe também fica de fora das opções por lesão enquanto Fábio Coentrão está ausente por opção.

Perante a indisposição do galês, James Rodriguez voltou a entrar nas contas de Zidane. O jogador colombiano não tem tido uma temporada fácil, mas voltou a integrar as escolhas do francês nesta fase final da temporada. Com efeito, o antigo jogador do FC Porto deve juntar-se ao Ronaldo e Benzema no ataque ao Atlético de Madrid. Nas restantes escolhas, Zidane pode contar com a sua equipa base sem ter de promover grandes alterações.

No lançamento do jogo, o treinador do Real Madrid disse que não há favoritos num encontro de uma meia-final da Liga dos Campeões. Na conferência de imprensa antes do arranque do jogo, o técnico disse que quer fazer tudo para ganhar o jogo.

“Não somos favoritos. É uma meia-final e é 50% para cada equipa, como sempre antes de uma eliminatória. Temos de dar o máximo para ganhar o jogo, nada mais. Sem pensar que há um segundo desafio, fora. Temos de pensar somente na vitória. É uma meia-final e isso dá-nos motivação extra. O que passou, passou e não podemos beneficiar do passado”.

O domínio do Real Madrid na prova é acompanhado pela presença do Atlético de Madrid. As duas equipas chegam a esta fase da competição e aumentam para sete as temporadas consecutivas em que há duas equipas nas meias-finais da Liga dos Campeões. Esta temporada é também especial para Ronaldo, uma vez que foi este ano que o extremo português chegou aos 100 golos na Liga dos Campeões, uma marca histórica para o português.

No entanto, a equipa de Simeone tem sido um problema para Zidane. O técnico dos ‘merengues’ ainda não soma nenhuma vitória contra a equipa ‘colchonera’. Da última vez que esteve perto de o fazer, Antoine Griezmann empatou o jogo e manteve a ‘seca’ de vitórias de Zidane sobre o Atlético.

‘El Cholo’ contra a ‘Real Malapata’

Do outro lado de Madrid chega o Atlético de Diego Simeone. Afastado das contas do campeonato espanhol, a formação ‘colchonera’ aposta todas as fichas na ambição de um título europeu. Nas duas últimas ocasiões, o ‘carrasco’ na final foi o Real Madrid. Desta feita, os homens de Diego Simeone podem eliminar os ‘merengues’ antes do derradeiro jogo.

Os embates com o Real Madrid na Liga do Campeões não têm sido felizes para os ‘colchoneros’. Para além de duas finais da Champions perdidas para os ‘merengues’, Zidane tem sido um adversário complicado para as equipas do Atlético de Madrid. No último encontro, o Real esteve perto de levar de vencida a equipa do ‘Atleti’, mas um tento de Griezmann perto do fim valeu o empate.

Depois de já ter conquistado uma igualdade no Santiago Bernabéu para o campeonato (1-1 para a Liga Espanhola), a equipa do ‘Atleti’ quer assumir uma posição que lhe dê boas perspetivas para chegar à final. Para tal, Diego Simeone conta com quase todo o plantel à sua disposição. As grandes dores de cabeça para o técnico argentino pendem sobre a defesa. Sem Juanfran, Giménez e Vrsaljko, a posição de defesa direito é a grande incógnita na equipa madrilena. De especial atenção, uma vez que será o jogador que vai ter pela frente Cristiano Ronaldo.

Na antevisão do encontro, Simeone disse que espera um encontro complicado e que será uma partida em que quem colocar as peças na melhor posição e mexer melhor terá vantagem no embate.

“Não imagino o resultado. Espero um jogo apertado, no qual saibamos aproveitar os espaços, se é que nos vão dar algum, sabendo que o segundo jogo é em nossa casa e o nosso rival está habitual a fazer golos. Imagino um jogo complexo. Taticamente, quem melhor colocar as peças, possivelmente a sua equipa vai jogar melhor”.

Num encontro em que nenhuma das equipas pretende assumir o favoritismo, está em jogo uma posição de vantagem antes da segunda mão onde se decide que estará em Cardiff a lutar pelo título de campeão Europeu. Sem vantagens para cada lado, uma questão não levanta motivos de dúvida. Na final da Liga dos Campeões, uma das equipas a lutar pelo troféu será oriunda de Madrid.

A primeira mão da eliminatória joga-se esta terça-feira no Estádio Santiago Bernabéu. O pontapé de saída do dérbi madrilena ‘versão europeia’ está marcado para as 19h45, hora de Champions. A arbitragem estará à cargo do inglês Martin Atkinson.