O técnico português considera que o Real Madrid «joga muito bem» e apelida de «mentirosos» aqueles que acusam a equipa de “jogar para o resultado”, alegando que a equipa «joga, diverte, diverte-se e o público quer vê-la”, exteriorizando “as melhores qualidades de cada jogador”.

Para o “Special One”, uma equipa que nos últimos 18 ou 19 partidas ganhou 16 ou 17, só pode ser "sólida e compacta» nos seus resultados, admitindo, todavia, que se possa «gostar mais deste ou daquele estilo», o que não invalida que o Real Madrid jogue "um futebol absolutamente fantástico”, que consegue «conciliar os resultados com a qualidade do seu jogo».

Por isso, rejeita o reforço da equipa na reabertura de marcado: «Para nós está fechado. Não quero nenhum jogador, não o pedi, nem vou pedir».

Vai mais longe e repisa a ideia de que o Real Madrid teria «uma diferença maior, mais significativa e definitiva» em relação ao segundo classificado, se fizesse parte de outro campeonato que não o espanhol, numa alusão ao FC Barcelona.

«Em função da grande qualidade do nosso rival direto, estamos a fazer um grande campeonato, embora a diferença pontual (mais três pontos) seja curta», observou Mourinho, para quem a qualificação do Real Madrid na Liga dos Campeões era «importante», mas também «terminar em primeiro lugar», o que foi conseguido «de modo fantástico, bonito e que deixou uma aura importante».

Em relação à Taça do Rei, lembrou ter posto «fim à maldição» que marcara a carreira do Real Madrid na prova nos últimos anos, a qual consistia em sucessivas eliminações «às mãos» de adversários de divisões inferiores.

Sobre as suas recentes e polémicas declarações à imprensa britânica, que tão mal caíram no seio dos “merengues”, nas quais confessou a sua «paixão pelo futebol inglês e vontade de regressar», Mourinho explicou o contexto em que as proferiu.

Recordou a sua presença num programa sobre os Jogos Olímpicos, que falava de ciências e da sua contribuição para o desporto, no qual participou para dissertar sobre os desportos coletivos, cabendo ao inglês Sebastien Coe, antigo campeão olímpico, falar sobre os desportivos coletivos.

«Foi uma conversa muito interessante, que durou 25, 30 ou 35 minutos, e que terminou com uma brincadeira, no qual o Sebastien Coe me perguntou quando é que regressaria ao futebol inglês. Respondi o mesmo de sempre, isto é, que estou encantado por estar em Madrid, no melhor clube do mundo», precisou Mourinho, não negando que gostou «muito de estar em Inglaterra» e que «dentro de alguns anos» será «destino natural» na sua carreira.

Explicou mesmo que a expressão inglesa que utilizou “a couple of years” (um par de anos) «não se traduz de forma literal» e que, naquele idioma, «significa dentro de alguns anos, não exatamente dois», que corresponde ao tempo de contrato que tem com o Real Madrid.

Para Mourinho, quem o «conhece bem», sabe que «não iria por nada deste mundo» perder o que o Real Madrid «tem de mais valioso», que são «os melhores anos desta geração de jogadores, que estão para chegar», sendo que o trabalho que está a ser desenvolvido «visa ganhar não só hoje, mas também amanhã».