O Real Madrid já liderou a Liga espanhola com 10 pontos de vantagem, mas apresenta-se sábado no Nou Camp, face ao campeão FC Barcelona, com apenas mais quatro, a cinco rondas do fim da prova.

O conjunto comando pelo português José Mourinho e que conta com os internacionais lusos Cristiano Ronaldo, Pepe, Fábio Coentrão e Ricardo Carvalho sabe, ainda assim, que será sempre primeiro no final da 35.ª ronda, independentemente do que acontecer no clássico.

O encontro é, assim, decisivo apenas para o “Barça”, que está obrigado a vencer, de forma a ficar a apenas um ponto, ou melhor “meio”, face à vantagem no confronto direto – na primeira volta, venceu por 3-1 no Santiago Bernabéu.

Se isso acontecer, o Real Madrid fica proibido de perder qualquer ponto nas últimas quatro rondas, sendo que tem pela frente dois jogos fora, um deles no reduto do Athletic Bilbau, adversário do Sporting nas “meias” da Liga Europa.

Nos últimos anos, mais precisamente desde a chegada de Guardiola, o “Barça” tem dominado os confrontos com o Real Madrid, sendo que esta época não perdeu nenhum dos cinco disputados, embora tenha empatado dois.

As duas equipas chegam ao Nou Camp após duas derrotas traumatizantes, ambas em reduto alheio, na primeira “mão” das meias-finais da Liga dos Campeões, o Real Madrid face ao Bayern (1-2), por ter sofrido um golo a acabar, e o “Barça” frente ao Chelsea (0-1), pelo muito azar que teve em Stamford Bridge.

Em termos de campeonato, as duas equipas venceram os últimos jogos, curiosamente depois de terem estado a perder, os “merengues” na receção ao Sporting Gijon (3-1) e os catalães no reduto do Levante (2-1).

O Real Madrid também ganhou o último jogo fora (4-1 ao Atlético de Madrid), mas soma três empates nos últimos sete jogos (1-1 com o Málaga e em Villarreal e 0-0 com o Valência), que lhe custaram seis pontos.

Foram estes três resultados que fizeram a diferença cair para quatro pontos, já que o FC Barcelona, que parecia ter “desistido”, com o 2-3 no reduto do Osasuna, à 23.ª ronda, somou face ao Levante o 11.º triunfo consecutivo, com a ajuda de 18 golos de um “imparável” Messi (marcou nas últimas 10 jornadas que disputou).

O que chegou a ser um passeio pode vir, assim, a transformar-se num pesadelo para o Real Madrid, mas a vantagem ainda é dos “merengues”, que ostentam o melhor ataque da prova, com 107 golos, muito por culpa de Cristiano Ronaldo (41).

Por seu lado, o “Barça”, que já apontou 96 tentos (Messi também soma 41), ostenta a defesa menos batida (24 golos sofridos, contra 29 dos “merengues”) e está invicto em casa, onde só empatou um jogo (0-0 com o Sevilha).

No que diz respeito aos “onzes”, o FC Barcelona, há muito desfalcado de David Villa e Afellay e também sem Abidal, não deve apresentar grandes novidades, podendo, em relação ao jogo de Londres, regressar Piqué.

Por seu lado, Mourinho, ainda mais com o empate “do seu lado”, deve apresentar um conjunto com as cautelas habituais em jogos complicados, o que significará colocar Fábio Coentrão e manter Higuain no banco, como em Munique.

O encontro grande da 35.ª jornada da Liga espanhola está marcado para as 20h00 locais (19h00 em Lisboa), de sábado, no Nou Camp, em Barcelona.