O antigo futebolista Luís Figo considera que será sempre injusto comparar Cristiano Ronaldo com Lionel Messi, justificando que o português e o argentino «são dois jogadores completamente diferentes» e que a «escolha é subjetiva».

«São dois jogadores fantásticos e se os compararmos, um irá perder, o que será injusto para o outro. Ambos têm uma qualidade elevada, divertem, marcam golos e trazem qualidade às equipas, mas são totalmente diferentes», justificou Figo.

O antigo jogador falava na conferência de imprensa de apresentação da “Youth Champions League” da Índia, e explicou ainda que a escolha para a Bola de Ouro é nos dias de hoje muito mais reduzida do que no tempo em que jogava.

«Existem muito menos escolhas agora. No nosso tempo tínhamos dez ou 15 jogadores muito bons e qualquer podia receber o prémio de melhor jogador do ano. Agora há uma grande diferença», considerou Figo.

Na opinião do ex-futebolista, formado pelo Sporting, o avançado brasileiro Ronaldo, tal como Figo, antigo jogador do FC Barcelona, do Real Madrid e do Inter Milão, foi o melhor jogador da sua geração, o que lhe valeu muitos prémios.

«O que fazia Ronaldo diferente era a sua pura força física. Foi o melhor jogador com quem joguei».

Figo considerou ainda que «não foi apenas a geração de ouro» que existiu em Portugal, mas toda uma estrutura, nos clubes, na formação e na própria federação, que ajudou a que muitos dos jogadores do seu tempo jogassem ao mais alto nível.

«Permitiram-me crescer, dando-me as melhores condições no clube (Sporting). A Índia deverá encontrar a sua própria geração de ouro e o processo deve começar agora», referiu.

O antigo extremo falou também da transferência do FC Barcelona para o Real Madrid, justificando que na ocasião não se sentiu «reconhecido» no clube catalão, que foi uma decisão difícil de tomar, mas que no final não se sente arrependido.

Figo disse ainda que o “clássico” entre Barça e Real transcende tudo, entre as duas melhores equipas, independentemente do facto dos “merengues” contarem com José Mourinho como treinador.

Na conferência, o ex-jogador, não deixou também de ter uma palavra para o Euro2004, lembrando que nunca se tinha visto um apoio tão forte à seleção portuguesa.

«O campeonato uniu Portugal como nunca o tinha feito, nunca tínhamos tido o apoio tão grande. Começámos com uma derrota e lutámos até ao final. Será sempre especial», frisou Figo.