O Salamanca, clube de espanhol com mais de 90 anos de história e em que jogaram futebolistas portugueses como João Alves ou Pauleta, foi esta terça-feira encerrado definitivamente pelos gestores judiciais que geriam o clube.

Depois de ter sido cancelada uma reunião entre os credores do clube hoje de manhã, por falta de comparência do número mínimo de pessoas necessário, Máximo Mayoral, um dos administradores de insolvência, comunicou que «hoje pode-se dizer, oficial e tristemente, que o Salamanca morreu».

Na reunião era esperada, entre outros, a presença de um representante do banco espanhol que detém mais de 50% dos créditos hipotecários do clube, pelo que, segundo Mayoral, depois desta ausência, não haverá agora condições para pensar no futuro do Salamanca e será iniciado nas próximas semanas o processo de liquidação dos bens do clube.

O Salamanca, fundado em 1923, esteve 12 temporadas na primeira divisão espanhola e contou em diferentes épocas com jogadores portugueses, sendo que um dos primeiros a destacar-se no clube foi o ex-internacional português João Alves, que, além de ter cumprido duas épocas como jogador na década de 70, foi também treinador do clube 1996/97.

Nesse ano de 1996, o Salamanca contratou sete jogadores portugueses para integrar o plantel da equipa – Paulo Torres, Miguel Serôdio, Nuno Afonso, José Taira, César Brito, Agostino e Pauleta – e foi o ex-avançado açoriano que mais se destacou como o principal goleador da equipa, cativando entretanto as atenções do Deportivo da Corunha, para o qual se transferiu em 1998.

Atualmente, o Salamanca estava na II divisão B, em que terminou na oitava posição nesta época, e contava apenas com um português no seu plantel, o defesa de 23 anos João Faria.

A decisão tomada hoje pelos gestores judiciais do Salamanca é o primeiro passo no processo de dissolução do clube, que deverá agora seguir para a realização de um leilão de forma a vender todos os seus bens, seguindo-se, segundo o jornal espanhol Marca, uma refundação do clube a partir das categorias regionais.