O futebolista do Levante Pape Diop, explicou hoje que executou alguns passos de dança, que foram entendidos como uma provocação pelos futebolistas do Atlético Madrid, por causa dos cânticos racistas dos adeptos “cochoneros”.

O gesto do médio internacional senegalês ocorreu durante a partida do Liga espanhola entre o Levante e o Atlético Madrid, cujos jogadores se sentiram provocados e se precipitaram sobre Pape Diop, gerando-se uma confusão.

O Levante vencia então por 2-0, que seria o resultado final, pondo em risco a conquista do título ao Atlético Madrid a duas jornadas do fim. Nessa altura ainda não tinha tido início a partida de outro dos candidatos ao título, o Real Madrid, que cedeu um empate a dois golos frente ao Valência no Santiago Bernabéu.

“Aquilo afetou-me muito. Eu ia bater o pontapé de canto e os adeptos do Atlético começaram a imitar gritos de macaco e a minha reação para os desarmar foi dançar como se fosse um macaco, não foi minha intenção insultar ninguém”, explicou Pape Diop no final da partida, assegurando “nada ter” contra os adeptos do Atlético por saber que aquele gesto “partiu de uma parte do público”.

O senegalês considerou tratar-se de uma “falta de respeito” que se repete em vários campos de futebol e confessou não saber se se trata de racismo, embora não tenha dúvidas de que os gritos de macaco “têm de parar de uma vez por todas”.

Este episódio aconteceu uma semana depois de outro muito badalado na opinião pública que envolveu o jogador Dani Alves, do FC Barcelona, a quem os adeptos do Villarreal lançaram uma banana quando se aprestava para executar o pontapé de canto. O internacional brasileiro teve uma reação inesperada ao pegar na banana e comê-la, antes de cobrar a falta, gesto pelo qual seria muito elogiado nos dias subsequentes.

De resto, este episódio da banana gerou uma onda de indignação mundial, a ponto de ter suscitado comentários condenatórios do racismo por parte dos mais variados quadrantes e gestos de solidariedade por parte de muitos colegas de profissão nas redes sociais.

Esta época houve outros jogadores que atuam na Liga espanhola, como o defesa brasileiro do Bétis, Paulão, ou o lateral francês do Granada, Allan Nyom, que também foram vítimas de insultos e comportamentos racistas.