O Atlético Madrid conquistou hoje o 10.º título de campeão de espanhol de futebol, 18 anos depois do último triunfo, ao empatar a “final” da Liga, em Barcelona, e depois de ter desaproveitado uma ocasião de selar a conquista.

Comandados pelo argentino Diego Simeone, os “colchoneros”, adversários do Real Madrid na final da Liga dos Campeões, colocaram termo a nove anos de alternância entre “merengues” e FC Barcelona.

O Atlético Madrid, do português Tiago, tinha adiado até hoje a reconquista da Liga, que lhe escapava desde 1995/96, ao perder na visita ao Levante (2-0) e empatar na receção ao Málaga (1-1), alimentando ainda as esperanças de o FC Barcelona chegar ao título.

Desde cedo se percebeu que o segundo emblema de Madrid se iria intrometer entre os “gigantes” Real Madrid e FC Barcelona, mas foi à 29.ª jornada, no final de março, que, beneficiando do triunfo “culé” na receção aos “merengues” por 4-3, o Atlético embalou para o título.

Sem “monstros” como Messi, no FC Barcelona, ou Cristiano Ronaldo, no Real Madrid, o Atlético assumiu a liderança do campeonato, a nove jornadas do fim, em igualdade com os madridistas e com apenas um ponto de vantagem sobre os catalães, isolando-se, na ronda seguinte, na sequência da derrota do Real em Sevilha por 2-1.

No entanto, na sua fulgurante caminhada para o título, o Atlético, que parecia imparável, escorregou em Valência, na visita ao Levante, numa altura em que já tinha garantido a viagem para Lisboa, onde vai disputar a final da Liga dos Campeões, e, no primeiro “match-point”, voltou a vacilar, na receção ao Málaga.

O possante avançado Diego Costa (ex-Penafiel e ex-Sporting de Braga), os médios Arda Turan e Koke e o guarda-redes Thibaut Courtois, sempre bem protegido pelos centrais Miranda e Godín, foram os pontífices de uma equipa sem individualidades ao nível dos “rivais”, mas que, por isso, mesmo sem tanta dependência, da forma dos seus “astros”, como ficou visível com as quebras de rendimento de Messi, no início da época, e de Ronaldo, na parte final.

O Atlético, que conta ainda no plantel com o argentino Insúa (ex-Sporting), o uruguaio Cristian Rodriguez (ex-Benfica e ex-FC Porto) e o brasileiro Diego (ex-FC Porto), remeteu assim a discussão do 83.º título de campeão espanhol para a 38.ª e última jornada, no qual lhe coube em sorte visitar o FC Barcelona.

Em Camp Nou, os “colchoneros” necessitavam apenas de empatar, o que viria a acontecer, para reeditar os feitos de 1939/40, 1940/41, 1949/50, 1950/51, 1965/66, 1969/70, 1972/73, 1976/77 e 1995/96.

O pragmatismo do Atlético de Simeone, um coletivo que não dá grande espetáculo mas é extremamente eficaz, transmite uma imagem de sucesso que contrapõe com a crise ocorrida em 1999/2000, quando desceu ao segundo escalão, surgindo na sequência dos triunfos europeus dos últimos quatro anos.

Em 2009/10, sob o comando do antigo timoneiro benfiquista Quique Flores, o Atlético venceu a Liga Europa e a Supertaça Europeia, um feito que viria a reeditar em 2011/12, com o triunfo na Liga Europa e novamente no embate com o campeão continental, já sob a liderança de Simeone.