O futebolista uruguaio Luis Suárez, do FC Barcelona, revelou hoje que procurou ajuda para superar o seu hábito de morder, que o manteve afastado nos relvados até o clássico deste sábado entre os catalães e o Real Madrid.

“Penso que todas as coisas más que me aconteceram ficaram no passado. Acredito que estou no caminho certo, rodeando-me de pessoas que podem ajudar-me, com as pessoas certas”, disse ao The Guardian o avançado que esteve suspenso durante quatro meses por ter mordido o italiano Chiellini num jogo do Mundial2014.

Além da “mordidela” ao defesa italiano, Suárez também foi punido por realizar gestos semelhantes com o defesa do Chelsea Branislav Ivanovic no ano passado e Otman Bakkal do PSV Eindhoven enquanto alinhava pelo Ajax.

“Cada pessoa tem uma maneira diferente de se defender. No meu caso, a pressão e a tensão revelam-se dessa forma. Há outros jogadores que reagem partindo a perna a alguém ou esmagando o nariz do rival com uma cotovelada. O que aconteceu com o Chiellini foi visto como pior. Percebo por que morder foi considerado tão grave”, reconheceu.

No entanto, o uruguaio do FC Barcelona continua magoado relativamente a outra polémica em que esteve envolvido: os oito jogos de suspensão a que foi condenado em 2011 por comportamento racista em relação ao francês Patrice Evra.

“Sei que errei ao morder, mas fui acusado de racismo sem qualquer prova. Havia muitas câmaras, mas zero provas. O que me magoa mais é que é a minha palavra contra a dele”, lamentou o jogador de 27 anos.

Suárez dirigiu-se a Evra chamando-o "negro", uma palavra comummente usada pelos uruguaios para dirigir-se a pessoas negras.

“Cada cultura tem a sua forma de se expressar e essa é uma palavra que no Uruguai é usada constantemente. É usada muitas vezes sem conotação negativa e é completamente diferente da expressão inglesa”, defendeu.

Suárez vai regressar aos relvados este sábado, depois de quatro meses de ausência, no clássico que vai opor o Real Madrid e o FC Barcelona, no Estádio Santiago Bernabéu, em Madrid.