A justiça espanhola vai decidir quinta-feira se suspende a greve dos futebolistas a partir do próximo fim de semana, que pode acabar prematuramente com o campeonato. O tribunal anunciou que vai analisar o pedido da Liga Profissional de Futebol de suspender a greve anunciada pela Associação dos Futebolistas, de modo a protestar pelo novo sistema de repartição dos direitos televisivos dos clubes.

“Sempre disse que esta greve é ilegal”, declarou Javier Tebas, presidente da Liga.

A ideia do protesto é que o Governo espanhol retifique o decreto-lei, aprovado a 30 de abril, que permitirá a venda centralizada dos direitos televisivos dos jogos, tal como acontece na ‘Premier League’ inglesa.

A Associação de Jogadores de Futebol de Espanha tem demonstrado forte descontentamento relativamente a este decreto-lei de 18 páginas, considerando que a repartição das verbas prejudica os clubes da segunda divisão e que a sua opinião deveria ter sido levada em conta no processo.

O advogado da Liga, Javier Suárez, diz que, se a greve avançar, “será impossível reparar os prejuízos”, que a instituição estima em 50 milhões de euros por jornada perdida, no caso, as duas últimas.

Já o presidente da associação dos futebolistas, Luis Rubiales, agradeceu o “apoio unânime” dos seus associados e afiança que a greve é bem legal.

“Devemos agradecer a todos os futebolistas que aguentaram as pressões, bem como aos clubes, que não se deixaram subjugar pela mesma pressão”, vincou, apoiado por estrelas como Messi, Xavi ou Casillas.

O pré-aviso de greve ilimitada, algo sem precedentes em Espanha, ameaça, entre outros, o jogo de domingo entre o Atlético de Madrid, que procura reforçar o terceiro lugar, e o Barcelona, líder da competição: em causa está também a derradeira jornada, a 23 de maio.

Os direitos televisivos representaram 800 milhões de euros em 2013/14.

Esta questão está também a agravar a tensão entre a Liga e a Federação, com a primeira a acusar a segunda de estar em conluio com os árbitros e com o sindicato dos jogadores para a realização da greve.