O futebolista internacional argentino Lionel Messi disse esta quinta-feira, em audiência no Tribunal de Barcelona, no qual é, com o seu pai, acusado de fraude fiscal, que nunca tomou uma decisão legal ou tributária sobre o seu património.

“Eu só jogava futebol. Assinava os contratos porque confiava no meu pai e nos advogados que tínhamos para tratar dessas coisas”, justificou o futebolista, eleito este ano uma vez mais Bola de Ouro da FIFA.

O Ministério Público pede uma pena de 22 meses de prisão para o avançado do FC Barcelona e o pai pelo desvio de 4,1 milhões de euros da autoridade tributária espanhola, referentes a direitos de imagem e que foram recebidos durante os anos fiscais de 2007, 2008 e 2009.

O Fisco espanhol, por outro lado, pretende que Jorge Messi seja condenado a 18 anos de prisão, mas também que seja arquivado o processo contra o internacional argentino, por considerar que o melhor futebolista mundial em 2009, 2010, 2011, 2012 e 2015 não teve conhecimento da fraude.

A 10 de junho de 2015, o tribunal de Barcelona decidiu manter Messi indiciado dos crimes de fraude fiscal, que foram assumidos perante o juiz de instrução pelo pai e representante do jogador do clube campeão espanhol.

Dois meses depois de ter sido indiciado, Messi entregou cinco milhões de euros à autoridade tributária, com o propósito de ressarcir o fisco espanhol do dinheiro que, alegadamente, deveria ter sido entregue e não foi, entre 2007 e 2009.

Na audiência de hoje, e à semelhança do que tinha feito o seu pai, Messi recusou-se a responder ao interrogatório do Ministério Público, tendo-o apenas feito nas perguntas formuladas pela defesa e pelo Fisco.

O jogador argentino disse desconhecer que era sócio administrador da sociedade Jenbril, criada em 2007 no Uruguai e com o objetivo de gerir os seus direitos de imagem.

“Não conhecia. Nunca perguntei ao meu pai por esses temas. Assinava os contratos porque confiava no meu pai e porque os advogados diziam que deveria fazer-se dessa maneira”, insistiu o futebolista.

O jogador justificou também que nunca teve uma conversa com os seus assessores legais para que lhe explicassem como eram geridos os direitos de imagem, nem para saber quais as suas obrigações fiscais.