O diretor do Departamento de Integridade e Segurança da Liga espanhola, Alfredo Lorenzo, considerou esta sexta-feira que o futebol espanhol “não está impregnado de corrupção” e realçou os valores éticos da competição, num fórum no Brasil.

“Julgo que o futebol espanhol não está impregnado de corrupção. Todos os anos denunciámos dois ou três casos destes. A corrupção é a mesma em Itália, em França ou na Alemanha. A diferença é que, em alguns países, os casos são descobertos”, notou o diretor.

Alfredo Lorenzo, que falava no fórum “Governabilidade e Conformidade: estratégia de prevenção da corrupção”, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, no Brasil, destacou “os valores morais, desportivos e comerciais” da primeira liga espanhola.

“Entre os valores nos guiam, o primeiro é a responsabilidade económica. Há alguns anos, a Liga devia mais de 600 milhões de euros à Segurança Social e ao Ministério da Administração Interna”, exemplificou o dirigente sobre o controlo financeiro aos clubes espanhóis.

A reforma de 2010 no código penal no país permitiu à direção da Liga espanhola “denunciar e conduzir por si investigações aos clubes”, defendendo a “responsabilidade de fiscalizar” as casas de apostas “no sentido de defender a competição”.

Em relação à segurança, Alfredo Lorenzo admitiu que “na década de 80 e 90 havia muita violência dentro e fora dos estádios espanhóis”, mas a morte de um adepto por confrontos, em 2014, originaram estratégias de combate.

“Acreditámos que a sociedade é violenta. Quando se luta contra a violência na sociedade, combatemos a violência no futebol”, analisou.