Neymar vai ter de responder perante um tribunal, depois de um juiz espanhol ter dado seguimento ao processo levantado pelo Fisco espanhol.

De recordar que o jogador brasileiro, o seu pai, o Barcelona, o Santos do Brasil e Sandro Rosell, ex-presideente do clube catalão, respondem por corrupção e fraude fiscal. Além destes, foram confirmados também os procedimentos contra a mãe do futebolista, Nadine Gonçalves, a empresa familiar que gere os direitos de Neymar.

O Fisco espanhol pede uma pena de dois anos de prisão para Neymar e, caso o brasileiro seja condenado, terá de pagar uma multa de 10 milhões de euros. Ao Barcelona e ao Santos FC, é pedido o pagamento de 8,4 e sete milhões de euros, respetivamente.

A Audiência Nacional já tinha rejeitado os recursos de Neymar e do Barcelona, pelo que só faltava decidir sobre o recurso de Josep María Bartomeu.

O juiz da Audiência Nacional José de la Mata tinha arquivado o caso por considerar que as condutas denunciadas no âmbito dos contratos de transferência assinados em 2011 e 2013, embora possam ter "repercussões desportivas, éticas e disciplinares", não se encaixavam um processo penal.

No entanto, a Divisão Penal ordenou a reabertura do caso e a continuação das diligências na sequência da queixa da empresa brasileira DIS, que detinha 40% dos direitos do futebolista e que se sentiu lesada.

Nesse âmbito, o ministério público pede dois anos de prisão e 10 milhões de euros de multa para o jogador, cinco para Sandro Rosell, dois anos para o pai de Neymar e um ano para a mãe.

O procurador da Audiência Nacional José Perals pediu o arquivamento do acusação contro o presidente do Barcelona, Josep María Bartomeu, mas a DIS pede cinco anos de prisão e reclama 8,4 milhões de euros de multa para o clube e sete milhões para o Santos. Além disso, solicita uma multa de 1,4 milhões de euros para a empresa familiar N&N.

Para Rosell e Odílio Rodrigues, ex-vice-presidente do Santos, bem como para o Santos e para Barça, enquanto pessoas jurídicas, é pedido que indemnizem conjuntamente a DIS em 3,2 milhões de euros.

Em causa está um contrato assinado em 2011, pelo qual o avançado receberia 40 milhões para assinar no futuro pelo Barcelona, e que, no entender do juiz De la Mata, “alterou o mercado livre de contratação de futebolistas” e pode constituir um crime de corrupção privada.

Ao problema do acordo de promessa de transferência que as autoridades entendem ser ilícito junta-se ao delito fiscal de quando a transferência foi consumada, com o contrato de 2013.

O ‘Barça’, bicampeão espanhol, anunciou que a transferência do avançado brasileiro, realizada em maio de 2013, custou 57,1 milhões de euros, mas, depois de uma investigação da justiça espanhola, admitiu que a operação ascendeu, pelo menos, a 83,3 ME.

Quanto a este ilícito, a 20 de dezembro a justiça espanhola validou o acordo entre as autoridades fiscais e o FC Barcelona, que se comprometeu a pagar duas multas no valor total de 5,5 milhões de euros (ME), por irregularidades fiscais na contratação do brasileiro.

As duas multas, referentes a ilícitos fiscais, são aplicadas depois de o clube catalão ter devolvido 13 milhões de euros às autoridades fiscais.

A decisão iliba de qualquer delito Sandro Rosell e Josep Maria Bartomeu de problemas na parte fiscal do processo.