Num jogo a contar apenas para o calendário, foi pelos pés de Angel Di María que o jogo desta noite no Estádio da Luz ganhou alguma cor face ao cinzentismo geral.

Jorge Jesus chamou o internacional argentino e Fábio Coentrão à titularidade, num onze de segunda linha face às habituais escolhas do técnico. Contudo, nem a vontade de mostrar serviço terá animado muito os jogadores, que nunca impuseram um ritmo de jogo muito elevado, contrastante com a dinâmica habitual exibida na Liga.

A ausência de Pablo Aimar pesou muito no rendimento menor da equipa, pois Felipe Menezes esteve muito aquém das expectativas, num meio-campo onde Carlos Martins fez o papel de médio defensivo.

O jogador brasileiro evidenciou-se pela negativa, ao desperdiçar aos 14 minutos um penálti cometido sobre Nuno Gomes, atirando ao poste da baliza de Saja.

A monotonia da primeira parte só foi quebrada já no minuto 45, com a entrada em cena de Di María. O argentino estava algo apagado na partida até desferir um remate cruzado, descaído pelo flanco direito e ainda fora da área, sem hipóteses para o guardião do AEK. Estava feito o 1-0, levando o Benfica para o intervalo em vantagem.

No regresso, os encarnados demonstraram uma atitude mais positiva e criaram diversas situações de perigo, quase sempre nascidas dos pés do suspeito do costume, Di María.

E se o internacional argentino falhou uma obra de arte aos 54 minutos, com um chapéu que foi travado pela barra, alcançou a redenção aos 73. ‘Angelito’ arrancou em velocidade num contra-ataque, dribla um defesa grego e perante Saja desenha um excepcional remate de letra. O destino da bola estava traçado e assim nasceu o 2-0 para o Benfica, sem precisar de forçar muito o ritmo.

Jorge Jesus havia já feito entrar César Peixoto, Javi García e Cardozo no jogo, oferecendo alguns minutos a prováveis titulares frente aos dragões no próximo domingo.

A vantagem confortável deu a ideia de jogo resolvido à equipa de Jorge Jesus, que passou a conceder demasiados espaços ao AEK, até aí demasiado inconsequente.

No entanto, o golo helénico surgiu mesmo aos 84 minutos, numa ‘oferta’ de Miguel Vítor, que não conseguiu fazer o corte a um cruzamento e deixou a bola à mercê de Blanco. A redução para 2-1 gerou algumas situações perigosas perto da baliza de Júlio César, mas o triunfo já não ia fugir ao Benfica.

O Benfica segue agora para os 16-avos-de-final, conhecendo amanhã o adversário da próxima ronda da Liga Europa.