Grande jogo no Vélodrome. Um Benfica personalizado e sem medo fez a cabeça em água aos defesas do Marselha e não fora alguma falta de sorte e os encarnados podiam ter descansado mais cedo. Mas as grandes vitórias também se fazem de sofrimento.

Se se pensava que o Benfica podia ser engolido pelo ambiente do Vélodrome, desde os primeiros minutos a equipa de Jorge Jesus quis mostrar que estava em Marselha para discutir a eliminatória.

Sempre mais “mandão”, o Benfica tomou conta das operações com Di Maria a pôr a defesa marselhesa em sentido após cruzamento perigoso que só Mandanda segurou.

O Benfica ocupava bem todos os espaços do campo e só pelo flanco direito o Marselha conseguiu chegar à baliza de Júlio César. Tal como na primeira mão, Maxi Pereira teve muitas dificuldades para parar Brandão.

Aos 20’ Ramires isolou-se pela direita e só um empurrão de Taiwo pôs fim à jogada. Grande penalidade que o árbitro Damir Skomina deixou passar em claro.

O Benfica não baixou os braços nem Cardozo pediu licença para abanar a baliza do Marselha. De pé esquerdo, o melhor marcador do Benfica na Liga Europa atirou um remate potente ao poste esquerdo da baliza de Mandanda, que estava completamente batido. Era a melhor ocasião do jogo e o Benfica fazia por merecer a vantagem.

Até ao fim dos primeiros 45’, o desaparecido Lucho decidiu mostrar-se e num remate de fora da área quase surpreendia Júlio César. O Benfica jogava melhor mas só com golos a aventura na Liga Europa poderia continuar. E foi com esse objectivo em mente que a equipa de Jorge Jesus entrou para o segundo tempo.

Depois de uns primeiros minutos mais divididos, o Benfica pegou novamente na batuta e Saviola falhou à boca da baliza, depois de cruzamento de Fábio Coentrão.

O Benfica punha o pé no acelerador e numa confusão na área, Saviola foi pouco astuto e deixou fugir mais uma oportunidade.

O Benfica crescia e até Luisão teve a sua hipótese de marcar. O central recebeu sozinho à entrada da área e surpreendido com tamanhas facilidades rematou muito por cima.

Os encarnados faziam por merecer a vantagem no marcador e na eliminatória mas foi Niang quem facturou na outra baliza, quando estavam decorridos 70 minutos. Júlio César erra no tempo de saída ao cruzamento e Brandão centra para Niang aparecer de rompante e fazer explodir o Vélodrome.

A eliminatória caia ainda mais para o lado francês, mas Maxi Pereira não foi da mesma opinião e fez o empate num pontapé fora de área aos 75 minutos.   

Di Maria não lhe quis seguir o exemplo e isolado perante Mandanda atirou ao lado, tal como fez Cardozo depois de uma oferta de Diawara.

Mas o melhor estava para vir…

Quando já todos pensavam no prolongamento, o Benfica decidiu colocar justiça no marcador e calar o Vélodrome.

Aimar, que entretanto havia entrado para o lugar de Saviola, marcou o livre, Cardozo toca de cabeça e a bola chega a Kardec. O brasileiro, que tinha entrado dois minutos antes, acertou um pontapé fortíssimo para o fundo das redes de Mandanda.

Estava ganha a eliminatória e estava feito o golo 100 do Benfica esta temporada.

O Vélodrome, em constante ebulição, calou-se e ouviram-se os mais de 1000 adeptos encarnados presentes em Marselha.

O Benfica confirma um grande momento e mostra à Europa que é candidato à conquista da prova. Seguem-se os quartos-de-final depois de uma grande noite de futebol em Marselha.