A vantagem inicial deu personalidade à entrada do Benfica no jogo, que não se atemorizou com o ambiente infernal em Anfield Road. Quando se temia a forte entrada da equipa de Rafa Benitez foi o Benfica que se instalou no meio-campo dos reds nos minutos iniciais.

No entanto, esse domínio foi uma ilusão que se esfumou a partir dos 10 minutos. Os reds assumiram o comando do jogo, fruto do acerto das marcações de Lucas e Mascherano, depois do desacerto inicial. Gerrard, Benayoun e Kuyt encarregaram-se de fazer chegar a bola perto da área de Júlio César, ainda que sem grande perigo.

Depois do pressing no arranque da partida, o Benfica começou a encolher-se devido ao assédio do Liverpool. As exibições apagadas de Di María, Aimar e Cardozo também ajudam a explicar uma equipa algo ‘curta’ na primeira parte.

Jorge Jesus confirmou as suspeitas que pairavam sobre o seu onze e apostou em Sidnei e Amorim na defesa, em detrimento de Maxi Pereira e Fábio Coentrão. David Luiz regressou ao posto de lateral-esquerdo que cumpriu no passado e o sector recuado do Benfica passou por muitas dificuldades quando colocado sob pressão.

O Liverpool quase não criou lances de perigo, mas à primeira ocasião não perdoou. Tal como fizera no estádio da Luz. Aos 27’, Kuyt inaugurou o marcador, através de um cabeceamento na pequena área, após canto. O árbitro auxiliar deu indicação de falta sobre Júlio César, como os jogadores benfiquistas reclamaram, mas o holandês Bjorn Kuipers considerou o lance limpo.

O golo desequilibrou ainda mais os pratos da balança desta eliminatória, que penderam claramente para a formação inglesa com segundo golo, da autoria de Lucas. Quando estavam decorridos 34 minutos, Lucas isolou-se perante o guardião encarnado, na sequência de uma brilhante assistência de Gerrard, e teve a frieza necessária para assinar o 2-0.

O Benfica encetou então uma reacção que quase resultou em golo, mas Cardozo não teve a rapidez de reflexos necessária para responder com eficácia a uma jogada confusa na área do Liverpool já no cair do pano sobre o primeiro tempo.

Depois de duas reviravoltas consecutivas, a equipa de Jorge Jesus está agora em xeque para a segunda parte. O Benfica precisa de golos para voltar à eliminatória.