Foi no clube bracarense que José Barroso começou e terminou a sua carreira, o que lhe permite estabelecer algumas comparações com significado para a final de quarta-feira, em Dublin: «O Sporting de Braga de hoje está muito diferente, em tudo, daquilo que foi até há bem pouco tempo».

«Passei pelas fases muito complicadas do clube, com meses de salários em atraso, e apanhei os primeiros dois ou três anos do projecto do presidente António Salvador, que mudou tudo», disse à Lusa o médio, que possuía um dos mais fortes remates do campeonato português.

Para Barroso, «o Sporting de Braga também teve, nesses tempos mais complicados, grandes equipas e grandes jogadores, mas, comparando as condições e estruturas de então para agora – costumo dizer – é como da água para o vinho».

O actual treinador do Vieira, equipa minhota da terceira divisão nacional, iniciou (1990/91) e terminou (2004/05) a sua carreira como jogador profissional em Braga, mas, pelo meio, passou pelo FC Porto, ao serviço do qual foi duas vezes campeão nacional, entre 1996 e 1998.

No caso dos “dragões”, Barroso sublinha: «O FC Porto tem pessoas extraordinárias, de grande carácter e dignidade, e é uma estrutura muito forte, pelo que não é nenhuma surpresa estar em mais uma final europeia».

Algo dividido por respeito ao seu próprio percurso profissional, Barroso confessa que, emocionalmente, estará do lado dos minhotos na final de Dublin.

«Como bracarense, gostava que ganhasse o Sporting de Braga, mas todos sabemos que o FC Porto tem do seu lado, além do excelente momento que atravessa, o facto de estar habituado a presenças nas finais», reconheceu.

Nada está, porém, decidido à partida: «O Sporting de Braga tem também alguma percentagem a seu favor para ganhar e estou a torcer por isso», vincou, lembrando que este jogo reforça a imagem do futebol português.

«Aliás, da forma como as coisas estão no país, só mesmo o futebol para nos dar alegrias», rematou Barroso.