Artur Jorge, presente como futebolista na primeira vez que o Benfica virou um 0-1 fora nas provas europeias, em 1971/72, com o Feyenoord, considera que os “encarnados” têm mais qualidade do que o Fenerbahçe.
«Estou convencido, nesta altura, que o Benfica é mais forte do que a equipa turca. Estou convencido que tem grandes possibilidades de fazer um bom resultado em Lisboa», referiu à agência Lusa o ex-jogador e treinador dos “encarnados”.
O ex-futebolista foi um dos titulares na goleada do Benfica ao Feyenoord por 5-1, na primeira eliminatória europeia em que o clube lisboeta perdeu fora por 1-0 e conseguiu apurar-se, nos quartos de final da Taça dos Campeões de 1971/72.
Artur Jorge considera que o Benfica atravessa um momento de muitas decisões e que uma prestação menos conseguida na Turquia, na última semana, foi resultado disso mesmo: a crescente dificuldade quando existem maiores hipóteses de ganhar troféus.
«Quando uma equipa está com possibilidade de ganhar, as coisas tornam-se cada vez mais difíceis. Estou convencido que neste jogo que fez fora não estava completamente disponível e portanto teve alguma dificuldade em fazer um melhor jogo», referiu.
Avançado dos “encarnados” entre 1969/70 e 74/75 – com uma passagem como treinador, em 1994/95 e 95/96 -, Artur Jorge considera, no entanto, que o Benfica tem «grandes possibilidades» de seguir em frente e marcar presença na final da Liga Europa, em Amesterdão, em 15 de maio.
Quinta-feira, na segunda mão frente aos turcos, o técnico que levou o FC Porto à vitória na Taça dos Campeões de 1986/87 considera que Pierre Webo – suspenso - fará falta à equipa de Istambul -, mas também o médio internacional português Raul Meireles, caso não recupere da lesão sofrida.
«Conheço o ponta-de-lança, porque foi meu jogador na seleção dos Camarões. Não tem um super-talento, mas é um jogador forte e que pode fazer mal. E o [Raul] Meireles, que é um bom jogador, também é menos um jogador de qualidade naquela equipa», considerou.
Fora, igualmente por castigo, estará o médio Mehmet Topal, que à semelhança de Webo viu o cartão amarelo na primeira mão. Segundo Artur Jorge, são baixas importantes nos turcos e capazes de dar outro alento ao adversário.
«Estou convencido que nesta altura a maior parte dos jogadores benfiquistas sentem que têm mais hipóteses de chegar à final», justificou.
Artur Jorge, que deixou marca no Benfica enquanto jogador, não deixou ainda de lembrar a eliminatória de 1971/72, num jogo que não começou fácil e que só na parte final a equipa foi capaz de resolver em definitivo.
«Foi um jogo que ficou fácil para nós só a partir de uma certa altura (...). O Feyenoord era uma equipa muito dura, mas o Benfica era mais forte do que eles e nós pensávamos sempre que podíamos ganhar a eliminatória em Lisboa», lembrou.
Depois de perder por 1-0 na primeira mão, o Benfica conseguiu uma vantagem de 2-0 à meia hora na Luz (golos de Nené, aos seis minutos, e Jordão, aos 31), num encontro que se tornaria numa goleada já na reta final.
Depois de Wim van Hanegem reduzir, aos 75 minutos, e colocar os holandeses na frente da eliminatória, o Benfica só deu a volta à eliminatória nos 10 minutos finais, com mais dois golos de Nené (82 e 89) e o segundo de Jordão (87).
«Ganhámos de uma maneira alta e forte, mas demorou muito até o Benfica conseguir fazer um bom resultado», recordou à Lusa Artur Jorge.