A sexta final europeia do Benfica coincidiu com a estreia dos encarnados na final da Taça UEFA em 1983. O conjunto da Luz era comandado na altura pelo sueco Sven Goran Erikson e alcançou a final da prova frente Anderlecht, numa fase em que a equipa belga dava cartas no futebol europeu.

A estreia do Benfica na edição da Taça UEFA da época 1982/1983 saldou-se com uma vitória por 2-1 frente aos espanhóis do Bétis de Sevilha a 15 de setembro de 1982. Depois de um triunfo tangencial para ao campeonato nacional sobre o Salgueiros por 1-0, a formação comandada por Erickson recebia em casa os espanhóis do Bétis. No Estádio da Luz, Nené, de grande penalidade, marcava o primeiro golo do jogo antes do intervalo e colocava os encarnados em vantagem e no segundo tempo, Paulo Padinha precisou de apenas 10 minutos em campo para ampliar o resultado para 2-0. O Bétis acabaria por reduzir pelo paraguaio Carlos Diarte mas o triunfo encarnado acabaria por abrir as portas a uma campanha na prova de grande nível.

Na segunda ronda da prova, o Benfica defrontava os belgas do Lokeren, equipa que acabaria por ser eliminada por 4-1 após os triunfos por 2-0 e 2-1. Curiosamente, o FC Porto acabaria por ser eliminado nesta ronda pelo Anderlecht por 6-3, após derrota na Bélgica por 4-0 e vitória nas Antas por 3-2.

Com uma equipa constituída por jogadores como Bento, Humberto Coelho, Nené, Shéu, Chalana e Carlos Manuel, o Benfica procurava regressar a uma final europeia 15 anos depois da derrota frente ao Manchester United na final da Taça dos Clubes Campeões em Wembley. Na terceira ronda, os suíços do Zurique acabariam eliminados por uns esclarecedores 5-1. Depois de um empate em terras helvéticas por 1-1, a formação de Erickson garantiu a passagem à ronda seguinte com uma goleada no Estádio da Luz por 4-0 com golos de Filipovic, Nené e Diamantino.

Numa altura em que a equipa do Benfica tinha apenas três jogadores estrangeiros no seu plantel, o adversário nos quartos-de-final dos encarnados viria a ser a Roma do internacional brasileiro Falcão. No jogo da primeira mão, a equipa portuguesa levou a melhor com um triunfo em Roma por 2-1. Os italianos, na altura comandados pelo sueco Nils Liedholm, não foram além de um empate na Luz a 1-1, no jogo da segunda mão, e acabariam eliminados da Taça UEFA por uma equipa que começava a acreditar que era possível regressar às finais europeias.

E para atingir a tão desejada final, o Benfica só precisava de eliminar nas meias-finais os romenos do Craiova. A formação romena já havia afastado equipas como Fiorentina, Bordéus ou Kaiserslautern, e no jogo da primeira mão, no Estádio da Luz, o Benfica não conseguiria melhor do que um empate a 0-0. Na deslocação a Craiova, para o jogo decisivo, um golo do jugoslavo Filipovic no empate a 1-1 acabaria por ser suficiente para a sexta final europeia do clube da Luz, a primeira de um clube português na Taça UEFA.

A 4 de maio de 1983, o Benfica visitava o reduto do Anderlecht para a primeira mão da final da Taça UEFA sem uma única derrota na prova, mas acabaria por sair derrotado por 1-0, com o dinamarquês Kenneth Brylle a ser o autor do tento solitário. No jogo de todas as decisões, os belgas do Anderlecht foram formalmente apresentados ao “Inferno da Luz” e tremeram aos 36 minutos com um golo de Shéu a empatar a eliminatória. Mas o Anderlecht, vencedor da Taça das Taças em 1976 e 1978, viria a garantir o troféu com um golo de Lozano aos 39 minutos a passe de Franky Vercauteren. O Benfica, empurrado pelo apoio do público do “terceiro anel”, ainda ameaçou marcar, mas os belgas acabariam por festejar em pleno relvado da Luz e acentuar os ecos da maldição de Béla Guttmann.

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