O Estoril debutou esta noite nas competições europeias diante dos israelitas do Hapoel Ramat Gan, mas não foi além de um dececionante nulo na primeira mão da terceira pré-eliminatória de acesso à Liga Europa.

Apesar de um apoio efusivo das bancadas, com 2584 espectadores, os canarinhos não conseguiram disfarçar os efeitos da pré-época, mostrando-se ainda algo ‘enferrujados’ face à máquina bem oleada que brilhou no ano passado. Por outro lado, a aposta do técnico Marco Silva em quatro reforços de início – Filipe Gonçalves, João Pedro, Babanco e Sebá – revelou que as mudanças para a última época continuam em fase de adaptação.

Sem um ritmo muito rápido, o Estoril entrou de forma dominadora e autoritária na partida, beneficiando também da postura muito prudente do Hapoel. Contudo, foram os israelitas a criar real perigo pela primeira vez, com Diamant a surgir isolado aos 10’ perante Vagner, que negaria o golo com os pés.

A hegemonia dos anfitriões era essencialmente territorial, uma vez que o Hapoel praticamente renunciava ao ataque, colocando quase sempre 10 jogadores atrás da linha da bola. Assim, só aos 21’ é que o Estoril se aproximou do golo, com Babanco a cruzar tenso para a pequena área e Carlitos a aparecer para o desvio, mas o guardião israelita evitou o golo.

Os canarinhos não conseguiam acelerar suficientemente o jogo, notando-se as ausências de Licá e Carlos Eduardo em relação a 2012/13, que assumiam papel preponderante nesta tarefa. O ritmo prosseguia baixo e seria o Hapoel a causar novo susto, com Diamant a fugir uma vez mais, mas a rematar fraco para a defesa de Vagner.

O intervalo teve o mérito de trazer outra velocidade ao jogo, nomeadamente a partir da entrada de Luís Leal para o lugar de Sebá, aos 52’. O Hapoel – que até caiu no último ano para a 2ª Divisão israelita – passou a tentar pressionar mais alto e os canarinhos quiseram aproveitar o maior espaço nas costas dos defesas. Consequentemente, os canarinhos aproximaram-se mais vezes do golo e mostraram uma imagem mais condizente com o brilho da época passada, como foi exemplo o remate de Evandro à trave, com 61 minutos de jogo.

Contudo, a estratégia de Marco Silva esbarrou na falta de eficácia e inspiração da sua equipa, onde a palavra de ordem parecia muitas vezes ser “complicar” em vez de “rematar”. Aos 68’ o Estoril chegou a pedir penalty, por derrube a Carlitos, mas o árbitro francês Fredy Fautrel nada assinalou, apesar dos intensos protestos dos jogadores e das bancadas.

A formação israelita nunca escondeu a vontade de vir a Portugal vir apenas para não sofrer golos e tentou ‘queimar tempo’ sempre que possível. E enquanto o tempo encolhia para os estorilistas, os seus nervos aumentavam. Nem as entradas de Gerson e Gladestony foram capazes de alterar o rumo do encontro, que chegou assim ao apito final com 0-0 no marcador.

A segunda mão da terceira pré-eliminatória de acesso à Liga Europa realiza-se agora no próximo dia 8, em Israel.