A caminhada triunfal do Sporting na Taça das Taças da época 1963/1964 teve um capítulo histórico a 13 de novembro de 1963, quando os cipriotas do APOEL visitaram o Estádio de Alvalade para o jogo da primeira mão da 2.ª eliminatória.

O Sporting vinha de uma derrota na CUF por 4-0 e quem pagou a fatura foram os os cipriotas com uma goleada por 16-1. O resultado marcou um novo recorde de golos em provas de clubes da UEFA e é uma marca que ainda perdura meio século depois.

Um dos jogadores que participou no histórico resultado dos leões frente ao APOEL foi Pedro Gomes. O antigo jogador do Sporting atuou a defesa direito nessa tarde e recordou ao SAPO Desporto as condicionantes que levaram a um resultado tão dilatado, desde a motivação dos leões em vencer à inadaptação dos cipriotas em jogar num relvado.

«Eles não tinham como hábito jogar no relvado porque naquela altura no Chipre jogava-se em campos de terra, e depois como eles estavam habituados a um clima mais seco, e naquele dia chovia imenso, foi o que aconteceu. Primeiro, já não se adaptavam à relva mesmo que tivesse seca, e ainda para mais estava molhada, e portanto não saíram praticamente do seu meio-campo», começou por dizer Pedro Gomes.

«Ainda para mais naquela altura o Sporting tinha perdido por 4-0 na CUF. O treinador fez seis ou sete alterações e naquele tempo o valor entre os jogadores da primeira equipa e das reservas era muito similar. Portanto, aqueles seis ou sete que entraram, entraram com muita vontade, muito crer, muita determinação para demonstrarem ao treinador que tinham lugar na primeira equipa. E numa tentativa de afirmação dos jogadores os golos foram acontecendo», recorda Pedro Gomes, frisando que ao intervalo o resultado já estava em 6-1.

«O guarda-redes do APOEL também me parecia um pouco fraco e pareceu-me que ficou um pouco “apardalado”. Cansou-se mais a ir buscar as bolas ao fundo da baliza do que a defender», acrescentou ainda o ex-jogador do Sporting.

Na equipa titular do Sporting alinharam: Fernando Mendes, Péridis, Pedro Gomes, Mário Lino, Alfredo e Carvalho, Figueiredo, Ferreira Pinto, Mascarenhas, Augusto e Louro.

Nessa época, o Sporting acabaria por conquistar a Taça das Taças, o único troféu europeu dos leões em futebol, com Mascarenhas a sagrar-se o melhor marcador com 11 golos na prova.