O Benfica ganhou vantagem na eliminatória da segunda-mão das meias-finais da Liga Europa. Num jogo intenso disputado perante perto de 55 mil pessoas na Luz, as Águias entraram praticamente a ganhar e sufocaram a "Velha Senhora", que ganhou folêgo e assentou arraiais no meio-campo encarnado na segunda parte. O jogo pedia um toque de  Lima e Jesus fez a vontade aos adeptos.

A Juventus não fugiu do seu 3-5-2. Conte surpreendeu ao dar a titularidade a Vucinic em detrimento de Llorente, jogando com dois homens de muita mobilidade na frente, capazes de arrastar os centrais do Benfica e abrir espaço para as entradas de Pogba e Marchisio. Não funcionou. As linhas do Benfica mantiveram-se sempre juntas, roubando espaços para as entradas dos médios da Juve.

Os melhores do Benfica

Do lado do Benfica e a nível coletivo, há que destacar a entrada à campeão dos Encarnados, que não deixaram respirar a Juventus. Fora 20 minutos de grande intensidade e pressão no meio-campo contrário, coroado com um golo que poderiam ser dois se Sulejmani tem acertado com a baliza aos 10'. As subidas de Siqueira e o mau jogo posicional dos médios da Juventus (Pogba não sabia se marcava Siqueira, se André Gomes) deixavam caminho livre para o Benfica.

Depois, quando foi preciso defender a equipa manteve-se coesa, com três linhas bem juntas e uma defesa subida, tirando espaço à Juve, que não sabia o que fazer. As substituições operadas por Jesus vieram dar mais consistência à equipa, quer a defender quer a atacar. O golo da vitória é fabricado pelos elementos que vieram do banco. André Almeida entrou bem e ajudou a estancar o jogo da Juventus, muito forte na segunda parte.

A nível individual, há que destacar Garay, imperial nas marcações. O argentino ainda teve tempo para ir à frente marcar o seu segundo golo na Liga Europa e o oitavo nesta época. Siqueira teve muita liberdade e deu profundidade ao corredor esquerdo do Benfica. Enzo Pérez lutou muito no meio-campo e contou com a ajuda preciosa de Sulejmani que fez uma boa primeira parte, tal como Markovic, com as suas arrancadas em situações de contra-ataque. Luisão também esteve intransponível, com cortes magistrais a evitar males maiores para a sua baliza.

Os piores do Benfica

Jorge Jesus resolveu deixar Lima no banco e dar a titularidade a Cardozo. Se a estratégia passava por cansar os defesas da Juventus e meter Lima na segunda parte para, com a sua mobilidade, dar a estocada final, o treinador do Benfica acertou em cheio. Mas durante o tempo que esteve em campo, Tacuara foi um corpo estranho e raramente conseguiu soltar-se da marcação que lhe era movida ora por Cáceres ora por Chielini. Mesmo no período de domínio do Benfica, raramente tocou na bola.

André Gomes não esteve bem. Teve a ingrata tarefa de cair no mesmo espaço de Pogba mas o jovem médio francês levou sempre a melhor. Mais forte, mais dotado tecnicamente, Pogba arrancou um amarelo a André Gomes que o tira do jogo da segunda-mão e criou muito perigo para a baliza do Benfica em vários lances em que conseguiu superiorizar-se ao português. Pedia-se ao português que jogasse simples mas não conseguiu. Das vezes que conseguiu ganhar espaço, errou no passe.

Os melhores da Juventus

Do lado da Juventus o grande destaque foi Tévez. Foi dos poucos a remar contra a maré na primeira parte, com as suas arrancadas e pela forma como tentou combinar com o desinspirado Vucinic. Coroou a sua exibição com um golaço no segundo tempo que deixa o Benfica menos tranquilo para a segunda-mão. Paul Pogba encheu o campo e ganhou sempre no duelo físico aos jogadores do Benfica. Atuando sempre pelo corredor direito, deu muito trabalho aos médios mas também a Siqueira.

De todos os jogadores da Juventus, havia um que despertava mais atenção: a "instituição" chamada Andrea Pirlo. Todo o jogo da equipa passou pelos seus pés. Quando a Juve não tinha bola, Pirlo estava quase sempre sozinho. Na primeira zona de construção era ele quem baixava, recebia dos centrais e distribuía jogo. Tentou jogar muitas vezes de primeira mas nem sempre os colegas leram as jogadas da mesma forma que ele. No segundo tempo a Juve cresceu graças ao seu posicionamento: subiu uns metros no terreno, trocando com Marchisio, e passou a estar mais perto dos homens da frente. Fisicamente não é um Pogba mas quando a bola sai dos seus pés, vai com coordenadas de "GPS", quer para um colega ao lado quer para alguém que está a 30 ou 40 metros de distância.

Os piores da Juventus

Vucinic não justificou a titularidade, já que passou ao lado do jogo. O montenegrino raramente conseguiu libertar-se da marcação dos centrais do Benfica. Saiu para dar lugar a Giovinco. Marchisio não fez esquecer Vidal, e ainda bem para o Benfica. O italiano esteve sempre na sombra de Enzo e não esticou o jogo nem apareceu em zonas de finalização como costuma fazer o chileno.

Na luta dos bancos, Jorge Jesus levou a melhor sobre Conte. Mas a eliminatória está a meio e agora é preciso muito sofrimento, coração, mas, acima de tudo, muita concentração para aguentar a Juventus em Turim.

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