Depois da derrota na primeira jornada frente ao PSV (1-0), o Estoril recebia o Panathinaikos nos Estádio António Coimbra da Mota com a vitória debaixo de olho para poder sonhar com a passagem aos dezasseis-avos-de-final da Liga Europa. Os “canarinhos” fizeram-no e com exemplar mestria, batendo o clube do português Zeca com dois golos sem resposta. Kléber (52’) e Diogo Amado (66’) fizeram os golos da formação da casa.

Mas vamos por partes. A formação orientada por José Couceiro dominou os gregos na sua teia, bem montada, apesar das sete alterações apresentadas em relação à partida com o Benfica. Abram alas para este Estoril. Alas, sim, porque Tozé, encostado à faixa esquerda, nos primeiros 45 minutos, e Sebá, na faixa contrária durante o segundo tempo, foram os motores de um Estoril “mandão”. O Panathinaikos ia tentando criar perigo através de cruzamentos vindos principalmente do lado esquerdo protagonizados pelo ex-sportinguista Pranjic. Sem sucesso.

Esta vitória tem tanto de meritória como de histórica, uma vez que “a equipa da linha” nunca tinha conquistado os três pontos numa fase de grupos da Liga Europa. A formação portuguesa tinha a música bem estudada: ser consistente defensivamente, circular a posse de bola e abrir para os extremos (tanto nas costas da defesa como de forma curta). A verdade é que o fez e, embora não tivesse criado oportunidades de golo iminente, esteve sempre por cima na partida. Foi o próprio treinador quem o confirmou no final da partida ao realçar “que a prestação defensiva da equipa esteve diferente”, pois estiveram “mais consistentes”, tendo “marcado golos” e estado “bem” a nível ofensivo.

Ao intervalo, técnico luso percebeu as dificuldades de Bruno Lopes na frente de ataque (perante um “Pana” bem organizado defensivamente) e trocou-o por Kléber. Quando muitos diriam que a canção iria continuar com o mesmo ritmo, eis que o avançado brasileiro deu o primeiro sinal, fazendo um remate à meia-volta que quase resultava em golo (47’). As suas intenções foram confirmadas cinco minutos depois com o 1-0. Depois de uma recuperação de bola pertinente, Sebá trocou as voltas a Schildenfeld e passou rasteiro para a zona de grande penalidade onde estava… Kléber.

A vantagem dentro de campo confirmava-se também no marcador. Bastava continuar a tocar no mesmo compasso. O Panathinaikos deixou-se embalar pelo futebol dos “canarinhos” e viu o seu meio campo ser engolido. Para isso é essencial realçar o trabalho de Esiti (um pulmão que ia limpando tudo o que lhe aparecia), Cabrera, que tem bom toque de bola, e Diogo Amado, o “maestro” da equipa. Os dois últimos foram mesmo os artífices do segundo tento, quando o uruguaio cruzou da direita com conta, peso e medida para o luso cabecear de forma exemplar para o fundo da baliza.

Assim que a bola tocou nas redes, a parca esperança dos helénicos esfumou-se. A melhor jogada do Panathinaikos aconteceu apenas aos 88’, mas Ajagun falhou aquilo que parecia fácil. O resultado assentou bem a um Estoril que na noite desta quinta-feira foi uma “orquestra” bem afinada e alcançou o segundo lugar do grupo E, atrás do Dínamo de Moscovo (seis pontos), formação com quem jogarão na próxima jornada (23 de outubro).