Começar mal raramente significa acabar bem, mas foi o que aconteceu esta noite ao Sporting. O triunfo final por 3-1 sobre o Besiktas premiou o esforço da reação leonina na derradeira meia hora, depois de 60 minutos muito aquém do que tem exibido com Jorge Jesus na atual temporada. E assim, o leão abraçou o ‘problema’ de seguir em frente na Liga Europa.

Depois das apostas surpreendentes e da política de rotatividade na prova, o técnico do Sporting lançou o onze mais forte, aquele que tem sido utilizado no campeonato, para um jogo que se anunciava como decisivo. No entanto, à máxima força no relvado juntou-se a máxima desinspiração do leão no primeiro tempo.

O Besiktas surpreendeu com um ‘pressing’ forte sobre a primeira fase de construção dos leões, roubando espaços e muitas bolas aos médios do clube de Alvalade. O desconforto com esta pressão tirou ritmo e fluidez ao jogo da formação de Jorge Jesus, que se mostrava incapaz de criar desequilíbrios ou oportunidades de golo. O primeiro remate do jogo, por João Mário, aos dois minutos foi fraco e à figura, mas constituiu a melhor tentativa leonina nesse período.

Por outro lado, a equipa de Senol Gunes mostrava personalidade e confiança, criando perigo sobretudo através de Sahan. Nesta fase, o português Ricardo Quaresma passava ainda ao lado do jogo. Com efeito, o extremo turco teve mesmo nos pés a melhor ocasião da primeira parte, ao atirar isolado aos 40’ para uma grande defesa de Rui Patrício, que segurou assim o nulo ao intervalo.

Para a segunda parte já não voltou Montero, entrando Gelson para o seu lugar. O Sporting denotava agora uma maior intensidade em campo, mas escasseava ainda a clarividência.

Tudo pareceu complicar-se aos 58’, com o golo do Besiktas. Quaresma fugiu pelo flanco esquerdo, puxou da habitual trivela e assistiu o alemão Mario Gomez na pequena área para o 0-1 em Alvalade. A qualificação para os 16 avos de final ameaçava fugir pelas garras do leão.

Foi então que o Sporting acordou, empurrado pelo apoio dos 28211 espectadores esta noite em Alvalade. À primeira ocasião clara, os anfitriões não perdoaram. O empate chegou pois aos 66’ pelo suspeito do costume: Islam Slimani. O avançado argelino fugiu à defesa turca, aproveitou uma hesitação do guardião Zengin e rematou para o 1-1.

Alvalade ganhava nova alma e a equipa de Jorge Jesus acreditava agora que o apuramento estava mais perto. Voltava só a faltar um golo para carimbar o passaporte e esse carimbo surgiu pelo pé esquerdo de Bryan Ruiz, aos 72’. O jogador costa-riquenho ganhou espaço no flanco esquerdo da grande área turca e rematou forte, com Zengin a ficar novamente mal na fotografia. Era o 2-1 e o Sporting passava pela primeira vez para a frente do marcador.

Contudo, ainda faltava mais uma estocada. Perante o total desnorte do Besiktas nesta fase, sem capacidade para segurar as marcações ou a posse de bola, o Sporting aproveitou para fazer o 3-1 aos 77’. O colombiano Téo Gutiérrez saltou do banco para finalizar com classe na área turca e soltou a festa no banco leonino.

Já não restavam dúvidas em Alvalade: o Sporting seguiria mesmo para os 16 avos de final da Liga Europa. A fazer-lhe companhia está o Lokomotiv Moscovo, que bateu no outro jogo o Skenderbeu por 0-3.