O FC Porto apresentou-se em Dortmund, no temido estádio Signal Iduna Park, na Alemanha, com muitos pensos rápidos, confiante de que eram os remendos possíveis para travar a máquina alemã. Recorde-se que apesar do Borussia Dortmund ser o segundo classificado da Liga alemã, com oito pontos de distância para o líder Bayern de Munique, tem os mesmos golos marcados que o emblema bávaro.

O FC Porto saiu derrotado no encontro da primeira mão dos 16 avos de final da Liga Europa e agora precisa de virar uma desvantagem de 2-0 na segunda mão, agendada para a próxima quinta-feira, no Estádio do Dragão. Vai ser necessário um gigante FC Porto para conseguir chegar à próxima fase da prova europeia.

José Peseiro teve de recorrer ao kit de primeiros socorros para remendar a defesa e montar assim um 'onze' inicial. Sem Maxi Pereira e Danilo, que cumpriram castigo, e sem Marcano (lesionado) e Maicon (emprestado), o treinador portista optou pelo avançado Silvestre Varela para o corredor direito da defesa e do outro lado esteve José Angel. Martins Indi (o único que se encontrava na sua posição de raiz) teve a companhia do lateral Layún no eixo da defesa. O jovem Rúben Neves ocupou o lugar de Danilo e Sérgio Oliveira e Herrera eram os homens que tinham o papel mais ofensivo. Na frente o reforço Marega juntou-se a Brahimi e Aboubakar.

Contudo, bastaram poucos minutos para as pontas destes pensos rápidos começarem a soltar-se, tal era o poder ofensivo dos alemães. Aqui percebeu-se claramente que Varela não conseguia vestir o papel de defesa, uma vez que o internacional português tratava de jogar pela zona interior, pedindo a Marega para cobrir a lateral. Mas o FC Porto precisava de mais ajuda. Sérgio Oliveira teve de recuar para auxiliar Rúben Neves, deixando Herrera o papel ingrato de fazer chegar a bola aos avançados.

O esforço do FC Porto não foi suficiente e os alemães conseguiram chegar ao primeiro golo aos seis minutos. Num canto marcado à maneira curta, com Mkhitaryan a cruzar para o primeiro poste, surgiu Piszczek a desviar para uma primeira defesa de Casillas, mas a não perdoar na recarga, de cabeça.

Em desvantagem, e perante um ambiente hostil, o FC Porto não conseguiu reagir ao golo sofrido, com o Dortmund a pressionar muito alto, dificultando a saída da equipa portuguesa para o ataque. Os primeiros 30 minutos foram dominados pela equipa alemã, uma vez que o FC Porto nem conseguiu chegar com perigo à área do adversário até aos 35 minutos, altura em que Sérgio Oliveira fez o primeiro remate para os Dragões.

No segundo tempo, o FC Porto entrou com outra atitude e obrigando o Borussia Dortmund a defender. Os Dragões procuraram um jogo mais corrido, evitando os passes longos, mas quando se pensava que a equipa alemã estava mais ‘presa’, o Dortmund avançava e o FC Porto tremia.

No segundo golo ficou evidente de que o FC Porto não estava adaptado às posições que Peseiro tentava tapar. Foi sem dúvida uma boa jogada por parte dos alemães, que culminou com o tento de Reus, mas os azuis e brancos perderam a bola e depois ficaram a ver os jogadores a desenhar um esquema que o FC Porto precisava para saírem vitoriosos da Alemanha.

Os Dragões poderiam ter ficado mais confiantes depois da vitória diante do rival Benfica para o campeonato, mas o jogo de ontem mostrou que o FC Porto continua órfão da raça que tanto o carateriza. Talvez seja azar ou talvez seja apenas a maldita herança de Lopetegui, que não soube manter uma equipa inicial ‘tipo’.

Na próxima semana, no Dragão, Peseiro já poderá contar com Maxi e Danilo, e possivelmente Marcano. Quinta-feira não poderá haver margem para desculpas no Dragão. Tal como disse Pinto da Costa, a eliminatória com o Borussia é a mais importante da época, depois de ter deixado cair a Taça da Liga e Liga dos Campeões, e se encontrar a seis pontos do primeiro lugar no campeonato.