O SC Braga foi goleado pelo Shakhtar Donetsk por 4-0, em jogoda segunda-mão dos quartos-de-final da Liga Europa. Os minhotos dizem adeus à prova, num jogo para esquecer, principalmente para o defesa central Ricardo Ferreira, autor de dois autogolos. Srna e Kovalenko marcaram os outros golos.

A precisar de vencer por dois ou mais golos de diferença, o SC Braga entrou no Arena Lviv sabendo que era preciso arriscar mais para quebrar a defensiva do Shakhtar, depois de ter perdido em casa por 2-1. Para este encontro na Ucrânia, Paulo Fonseca já pode contar com os regressos de Djavan, Vukcevic e Josué no onze, sendo que os dois primeiros foram poupados frente ao Moreirense. Na frente Wilson Eduardo ocupou o lugar de Stoiljković.

O Braga até entrou bem no encontro, jogando no meio-campo contrário. Aos 15 minutos, Hassan caiu na área num lance com Kucher mas o árbitro deu canto. O defesa não tocou na bola mas sim no egípcio, derrubando-o dentro da área ucraniana. Ficou por marcar uma grande penalidade que podia ter mudado a história do jogo.

Com jogadores rapidíssimos na frente, como Kovalenko, os brasileiros Taíson e Marlos e o argentino Ferreyra, o Shakhtar criava perigo basicamente nos erros defensivos do Braga. Foi assim que surgiu o 1-0 aos aos 25 minutos. Goiano falhou o corte à entrada da área, a bola chegou a Kovalenko que acabou por ser derrubado por Matheus. Grande penalidade que o capitão Dario Srna converteu, fazendo o seu 48º golo no jogo 486 pelo Shakhtar.

Um golo que obrigava o Braga a marcar três para seguir em frente. Mas o que se viu foi um Braga intranquilo, tanto a defender como a atacar, com dificuldades em ter a bola e a cometer muitos erros. Erros esses bem explorados pela equipa de Mircea Lusescu. Aos 29 minutos Hassan roubou o golo a Ordets num corte em cima da linha. Aos 31 foi Ferreyra a rematar ao poste, num lance em que a defensiva bracarense esteve muito mal.

E após tantas ameaças, foi com naturalidade que surgiu o 2-0. Goiano voltou a falhar o corte, a bola foi de uma ponta a outra na área do Braga. Kovalento meteu na pequena área onde Ricardo Ferreira, na tentativa de antecipar-se a Ferreyra, introduziu a bola na própria baliza. Castigado pesado para os homens de Paulo Fonseca que passaram a ter uma "montanha" para escalar.

O segundo tempo foi pior que o primeiro. Já com os jogadores completamente perdidos, o Shakhtar aproveitou para explorar todo o espaço que lhe era dado para contra-atacar sempre com muito perigo. Marlos, Ferreyra e Taíson, ajudados por Kovalenko, passaram a fazer "gato-sapato" da defensiva minhota, que estava completamente perdida no jogo. Kovalenko fez o 3-0 aos 50 minutos a passe de Srna, Ricardo Ferreira voltou a ser infeliz e fez o 4-0 aos 71, desviando para a baliza de Matheus um centro de Marlos. Era a derrocada final.

Antes, os minhotos tinham dado um "ar da sua graça" com dois remates que Pyatov teve de se aplicar. Primeiro num tiro de Rafa Silva, depois noutro remate de longe de Josué. Até ao final, o Shakhtar limitou-se a gerir a posse de bola, com o SC Braga a tentar o golo de honra mas já com pouca convicção. A melhor oportunidade esteve nos pés de Hassan já nos descontos mas o egípcio desperdiçou.

O Braga diz adeus à Liga Europa, num jogo onde a defesa voltou a mostrar fragilidades. Foi o terceiro jogo consecutivo fora em que os minhotos sofreram três ou mais golos (Belenenses, Benfica e Shakhtar). A nível individual, destaque para Ricardo Ferreira, que se tornou no terceiro jogador a marcar dois autogolos num jogo na UEFA. Antes, só Kanu (Beira-Mar e Vitória de Guimarães) e Murça (FC Porto) tinham feito dois golos na baliza errada no mesmo jogo nas provas da UEFA.

A equipa de Paulo Fonseca tem agora de concentrar-se nas meias-finais da Taça da Liga onde vai defrontar o Benfica e na final da Taça de Portugal onde medirá forças com o FC Porto. No campeonato, não deverá baixar do quarto lugar e já não deverá chegar ao terceiro posto.